2013

Incentivo fiscal aos namorados

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Casais apaixonados são sempre um ótimo elemento para compor qualquer fotografia. Pelo menos eu acho. Não há um ambiente que não se embeleze ou fique mais leve quando emoldurado pelo suspiro dos pombinhos.

Casais apaixonados saem mais, visitam pontos turísticos, compram mais, aquecem o mercado, incentivam a iniciativa privada, viajam mais, fazem marketing do lugar, estimulam o consumo. Sem contar que são, em potencialidade, uma dupla a menos de ladrões, tirando algumas situações, lógico.

Construtores de novas famílias e lares saudáveis, acho justo, então , propor para minha prefeitura uma espécie de isenção fiscal, um incentivo financeiro ao crescimento desses dois. Essa seria uma forma do estado a ajudar o crescimento dos dois ao mesmo tempo que aqueceria o mercado e movimentaria mais dinheiro. Não seria ótimo?

Pois bem, vamos lá.

Entre as minhas humildes sugestões feitas com muita humildade, horas de pesquisa sobre demanda e muito esmero sobre esse nicho, constará na emenda que enviarei ao meu amigo pessoal, por quem nutro grande carinho e admiração, a saber, Dudu Paes, as seguintes coisas:

Parágrafo único

1- distribuição de cupons que conferem desconto, quiçá " gratuidades" aos enamorados em entradas de estabelecimentos como cinema, teatro ou festas.

Vale lembrar que estes não seriam cumulativos, e só viriam a aumentar de acordo com a duração do namoro. Quanto maior o tempo juntos, maiores os descontos. Pra ver se incentiva o barrigudo a fazer alguma coisa com a namorada, né? Dar uma movimentada na relação que anda sonolenta.

2-uso exclusivos de terrenos na cidade.

Chega de só fumantes possuírem sua área reservada e privada. Você já imaginou como seria bom ter uma área reservada só para os "docinhos de coco" , " pudinzinhos de mel" e afins? Um local apropriado com mais segurança e descrição nas praias , praças públicas, jardins e tudo mais.

3-batedores da guarda municipal exclusivos para transporte.

Esse eu assumo, é um simples capricho. Mas é para honrar e mostrar para todos que ali vai uma instituição em construção: o namoro.

4- cadeiras duplas, especificas, juntas e macias nos transportes públicos.

Afinal , não tem nada mais chato do que você ficar numa ponta do metrô enquanto ela em outra, enquanto você, meu caro amigo homem, tem que fuzilar com os olhares todos os demais machos alfa que querem se " engracinhar" com sua amada.

5-pena inafiançável para galanteio de alheios.

Em resumo, extinção do ofício de pedreiro. Até Deus , em sua infinita sabedoria fez questão de colocar essa nos dez mandamentos " não cobiçarás a mulher do próximo". Está na hora de entrar em linha com a bíblia, não é, Dudu?

6- por último, porém não menos importante, uma cidade com mais filas.

Pois é, se você namora entende o que sugiro. São nessas filas da vida que acabam servindo de porto seguro que sempre rola o algo a mais que estava faltando. O olhar, o abraço, o carinho, talvez o até tão banalizado e esmagado "eu te amo", o beijo! Um amigo meu, muito mais velho, desde a minha tenra infância já me instruía " Bruno, se rolar o silêncio, é a hora do beijo". Quem sabe seja por isso que ultimamente só tenho escrito.

Bom dia

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Nas últimas semanas tenho acordado sempre religiosamente antes das oito da manhã e, de igual forma, não tenho dormido mais do que às 1:30 da madrugada.

Não me reconheco, crise de identidade, supressão do eu, confirmação do ego, análise. Quando a fase é estranha, vale de tudo...

O fato é que tenho aproveitado mais. Testando, descobrir que pelo menos pra mim, orar, estudar e meditar de manhã tem sido tão genial quanto de madrugada. Sem contar que vejo uma outra parte do dia cuja não tenho a menor intimidade. Ja tinha até me esquecido que já havia luz esse horario, desde dos meus 21 anos adotei uma vida de notívago.

Pois bem, tenho vivido melhor por causa de uma atitude, um experimento e me dei conta de que, se posso melhorar ou organizar meu dia, posso fazer o mesmo com a minha vida.

Uma simples atitude pode mudar tudo. A atitude é tudo. Agora vou lá viver porque já tinha me esquecido que a cidade, a tv, os livros e até Deus já estão acordado.

O tal guru e o lunático

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Uma manhã, numa conferência, um guru desses bem famosos da moda, que ganham milhões para expor receitas para a felicidade fez sua apresentação e foi embora repentinamente ao término de suas últimas e emocionantes frases. Aliás, o maior segredo do guru é falar e se ausentar logo, não ficar ali dando sopa até que a profecia não se cumpra e o problema se revele. Guru é aquele cara que vem bem de longe, e volta pra bem longe, em síntese é isso. Tal facilidade talvez explique a existência desse ofício, que nos dias de agora, carinhosamente a legislação classifica como "charlatanismo" e outros quais.

Passada as palavras motivacionais do guru, no final da apresentação acalorada, no auditório para milhares de pessoas uma musiquinha da bem agitada, com bastante balanço, começou a tocar. Musiquinha alegre e todos se abraçaram, sorridentes, felizes não se dando conta de que, a medida que se abraçavam e iam se findando os tapinhas nas costas e o gosto daquelas palavras a aparente forte e velha angústia ia galgando o espaço que era seu por direito no coração de cada um dos presente. Ela confirmou presença no evento também mas, tímida como ela é, só conseguiu se enturmar e fazer valer seu ingresso depois que o guru, aquele de bem longe, das palavras bonitas e técnicas rebuscadas no discurso que deixariam qualquer político invejado, voltou para bem longe, muito rápido.

Então, notando de que todo o momento não passou de um flerte com a alegria e que nada mais era do que êxtase momentâneo, foram apenas uma hora daquelas bem mentirosas que te distraem para o que realmente importa na vida, um lunático, veja você a seriedade que esse texto toma a partir de agora, tomou de assalto a bancada que era outrora do guru e, já gritando, acenando com os braços disse sua mensagem antes que os trogloditas da segurança o dessem uma bordoada.

Mesmo de longe, na ponta dos pés, no meio da multidão que se decidia a dar atenção ao louco ou ao fato de que a angústia nunca havia ido, embora ouvi algo como

"Viva a tal maneira de desejar a eternidade daquele instante. Passaram o dia esperando o dia acabar, o final de semana chegar, as férias começarem, a fase acabar e não se deram conta de que, na verdade, torciam pra que a vida acabasse. Se você não ama o que faz, mude. Não patrocine sua infelicidade. isso deve ser terrível.

Algumas vezes penso que convivemos com tanta gente e não amamos quase ninguém. Algo deve estar errado não, é?

Sabe aquele momento que você desejaria eternidade? Pois é, isso é a felicidade."

"E eu? Eu não matei Joana D'arc" foi a última coisa lúcida que consegui pescar naquele intrigante discurso antes de ver o louco ser arremessado do palco na confusão, com direito a tabefe estalado na fronte e microfonia.

Eu não sei não mas, desde então, tenho uma simpatia maior por quem tem a coragem de falar da vida e a vive de fato.

Simplesmente simples

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Procura-se a simplicidade. Num mundarel de gente que acredita na venda da felicidade, a demanda deve ser o "ser" simples. O indivíduo anda escasso nas ruas, vielas, muretas e nem nos postes ou comerciais mais se vê a cara do sujeito dado a vida de acordo com a vontade de Deus.

A atitude de ler jornal em um fila de padaria ou banco. Simplesmente acordar e ver o dia amanhecer ou o sereno começar a agir mais tarde, serenar junto, levar uma vida serena. Pensar em algo no passeio com o cachorro e se perder em pensamentos só voltando a cair em si na porta de casa. Procura-se a simplicidade do carinho no cabelo do namorado na praça sem hora pra acabar. Andar na chuva, foi-nos roubada a arte de divagar na vida. A proposta da vida social hoje — comparando muito mal, é igual àquela da lasanha que já se compra pronta. Hoje não conseguimos mais construir uma vida, passo-a-passo, dia-a-dia, saboreando cada etapa. Compramos ela já pronta, com gosto industrializado e tudo. E é ruim à beça... A lasanha, claro.

Se tempo só se tem quando se dá, aprender a dar é o que se ganha. Aliás, o tempo, assim como o amor, tem dessas dicotomias. Quanto mais se dá, mais se tem. Aliás, quem mais se deu, mais é.

Até o pobre do ócio foi corrompido, veja você, e agora anda solitário, incompreendido. Na Grécia antiga ele significava ter tempo livre para estudar, se dedicar, buscar estímulos, se preocupar com o público e não se tornar um idiota, não estar alheio às questões coletivas. Contudo, lá pelos idos do século XVIII, com aquele papo todo de industrialização, burgueses pra lá, burgueses pra cá, o pobre foi associado à vagabundagem junto ao sentimento de que, se não trabalhamos, prejudicamos alguém. Eu tinha um professor na faculdade que com toda a convicção que só um lunático alcança dizia que capitalismo é trabalhar para enriquecer o outro. Hoje ele faz mais sentido.

E a cultura do nadismo, coitada. Nadear! Nadear! Nadear! Algo que em se fazendo não se faz. A contemplação da natureza herdada e esquecida por nós por parte dos índios.

A simplicidade da humildade. Ser simples é ser sofisticado. Simplesmente viver.

E a ditadura sexual, hein?

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Eu sou virgem. Tenho 23 anos e nasci em 24 de agosto de 1990. E segundo reza o horóscopo, meu signo seria virgem. Não creio muito nisso, respeito quem o faz. Sou virgem, dessa vez sim, legitimamente, quanto a sexualidade. Por escolha de consciência livre, ainda não tive minha tão famosa primeira vez. Motivos pessoais tenho alguns e sigo minha consciência e verdade. Até aqui, não tenho do que reclamar. Ja voltamos no assunto "virgindade".

Acabo de ver dois programas que reforçam as esperanças de qualquer um no bom jornalismo e mostram que a frase que diz que "o jornalismo morreu" pode ser interpretada de outras formas. O programa " A Liga", na bandeirantes, e o " Profissão Repórter", na globo, abordaram temas que tinham como ponto em comum o "protagonismo" pelos jovens. E, já que falamos de bom jornalismo, simples, mostrando apenas o " que é", os resultados das matérias são tristes e vergonhosos.

No primeiro programa vi um artista nato, com quem já tive a oportunidade de topar na rua, entregue e dominado pelas drogas e as consequências devastadoras dela. Uma obra, e principalmente uma vida que foi negociada com o vício. No segundo, vi o que todo mundo, sabendo, finge não saber: que perdemos a virgindade cada vez mais novos e em algumas cidade do nordeste a media é baixíssima, chegando aos 14 anos.

Não preciso dizer as consequências negativas que o sexo feito fora da hora com pessoas ainda imaturas traz. Qualquer um em sã consciência ou com o mínimo de sabedoria, por si só, sabe que uma menina e menino de 16,17 anos tendem mais a perder do que ganhar se iniciarem sua vida sexual de forma não planejada.

O que mais chama minha atenção é protestarmos por uma ditadura do consumo, ditadura das minorias, ditaduras ideológicas mas ignorarmos por completo a ditadura do sexo.

Confundimos sensualidade com pornografia e, aonde formos hoje, veremos quase tudo girando em torno do sexo. Nos esporte, na indústria de cosméticos, nas roupas, nas vendas de eletrodomésticos, nas buscas pelo IBope, nos talk shows. A mentalidade do sexo "quanto antes, melhor" tem literalmente feito nossa cabeça e moldado nossa forma de agir.

Vivemos indiretamente um incentivo à promiscuidade, pornografia, infidelidade, vícios emocionais, destruição da família e depois queremos fazer passeatas a favor da família ou liberdade sexual.

Não se pode ter liberdade sexual sem antes se ter consciência sexual.

Eu acredito que um dia nossas referências que estimulam e moldam nós jovens e nossos irmãos mais novos não serão "homens galinhas" nem "mulheres dadas". Não faço da minha virgindade um protesto ou bandeira, até porque, se você já não o é mais, a única coisa que tomo a liberdade para te encorajar é que, daqui pra frente, tome suas atitudes baseado além de somente suas emoções. Já se você, assim como eu, ainda esta construindo a sua vez, fique feliz, você não está sozinho.

Viver

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A tradição Cristão ensina que para você ter uma vida saudável que possa ser considerada reta é necessário não adorar a nenhum outro Deus e amar ao mesmo acima de qualquer outra coisa. Há um único ser digno de ser adorado e um único digno do amor maior, da devoção suprema. Contudo, antes de qualquer coisa, se faz necessário entender o que é adoração. Em nosso idioma o ato pressupõe a veneração; no grego está relacionado a conotação de se aproximar do objeto adorado e beijar Sua mão; em hebraico, ajoelhar, dobrar-se diante do Senhor.

Existem muitos exemplos que mostram que a atitude de adorar pode ser feita de outras formas, acompanhada de vários ritos ou até em formatos subjetivos ou figurados. Não existe limite para a devoção, logo, não há a definição exata de adoração.

Há uma narrativa em um dos evangelhos da bíblia sobre uma mulher judia que com seu precioso dinheiro comprou um perfume valioso e o derramou gratuitamente aos pés de Jesus — o costume de derramar perfume aos pés de alguém ou sobre os lençóis só era habitual quando da noiva para o noivo na véspera das núpcias. Vendo aquela atitude, alguns levantaram a válida questão: "não seria melhor vender aquele perfume e alimentar os pobres?”. Jesus, que paradoxalmente quando queria ensinar perguntava, diferentemente de nós que quando queremos fazer o mesmo simplesmente afirmamos, perguntou o por que daqueles fariseus estarem enchendo o saco da pobre mulher, mostrando com essa reação que, quando se trata de adoração existe uma privacidade entre o adorador e o adorado, há uma ética inviolável que mostra a minha adoração como algo de fórum íntimo e a legitimidade do ato está relacionado a sinceridade do coração.

Entendendo esse princípio e levando em consideração a rigidez que nos norteia a uma fidelidade nessa prática, algumas vezes me pego imaginando o por quê nós que somos cristãos não levamos uma vida de adoração legítima. Muitas vezes somos sufocados de tarefas e afazeres necessários que nos impedem de montar uma vida diária com essa devoção. Uma vida é feita de dias, domine seu dia e você dominará sua vida, ensina a velha sapiência.

Muitas vezes me pergunto se o cotidiano, sendo algo pragmático, rígido, que esvazia tantos de suas energias e motivações, não seria o deus adorado de nossos dias. Talvez as metas e as pressões estariam roubando nosso alvo de adoração. Nossos objetivos e responsabilidades com trabalho e vida social estariam sendo o novo totem levantado num altar a cada dia da semana.

Uma das explicações do que seria adoração a Deus também é fazer o que não seria feito para mais ninguém. Há quanto tempo você não ora antes de dormir, se ajoelha em algum lugar, não sorri pro céu ou diz que ama ao seu Criador?

Pense nisso. Não deixe que o cotidiano massante ou a prisão das responsabilidades, por mais válidas que sejam, venham a assumir seu maior tempo de vida, seus melhores dias de vida, sua qualidade de vida e nem o sentido da sua vida. O sentido da vida é se relacionar com Deus. A forma, você escolhe.

Como diria Galeano

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Não sei se é notório que todo judeu é bem sucedido profissionalmente ou goza de relativo pleno êxito em sua área financeira. O fato de que a maioria do povo de origem e tradições judaicas é rico ou ocupa os cargos mais elevados é recorrente na história. Reza a lenda de que a segunda guerra mundial flertou com esse motivo.

Recentemente um livro foi lançado tentando interpretar e descobrir a razão dessa verdade. Qual o segredo que sempre posiciona judeus em cargos elevados e posições de relevância nas sociedades ocidentais e orientais foi a pergunta que norteou a obra. A resposta sugerida está numa espécie de pacto oral que a comunidade judaica fez em 67 depois de Cristo, que, segundo o escritor, assegurava que a partir de então todo judeu teria que aprender a ler, ter a capacidade de interpretação para examinar a torah (os cinco primeiros livros da bíblia) e a história de seu povo até ali. Daí, então, o possível motivo de ser quase unânime o sucesso entre eles.

Pensando cá comigo (eu entendo que seja deselegante mas permita-me as perguntas a seguir): não é intrigante que um "mundarel" de jovens no Rio de Janeiro não sabem o quão sua cidade é importante? Não conhecem a história de seu país, o processo de colonização do Brasil? O fato da América Latina ser provavelmente a região mais rica em natureza, beleza, cultura, valores naturais do universo? Por que nossa cultura não anela pelo planejamento? Como uma cidade como Tóquio pode produzir mais lucro turístico do que o Rio? É intrigante não conhecermos nem a história da nossa família, sendo assim, poderíamos analisar por quê estamos aqui, qual o propósito dos antepassados quando aqui estiveram. Seria bom olhar a "big picture", pensar fora da caixa, longe dos padrões convencionais e superficiais, para ver se a nossa atual situação econômica, social, emocional é legítima ou uma herança justa.

É perplexo ver, ainda hoje, alienação da juventude do Rio de Janeiro quanto ao poder, a política, a postura exemplar e o desafio de ser modelo para quem está ao seu alcance.

Como diria o escritor Eduardo Galeano "quem não conhece sua história está fadado a repeti-la". Ao que parece, se as coisas continuarem acontecendo e nada for feito, mais 500 anos de insuficiência, injustiça, alegrias e realizações privadas é o que está porvir.

Conheça sua história, conheça seus direitos, interprete seu tempo, faça a diferença. Você pode.

Tudo que a mente humana é capaz de imaginar, é possível ser feito, é o que ecoa a história aos ouvidos dos atentos.

Adeus, Champignon

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Cazuza profetizou que nossos heróis " morreram de overdose". Se temos como heróis pessoa idênticas ou não é outra questão. O fato é que os heróis (e quando digo heróis não é no sentido onírico da palavra, e sim prático, digo referência) estão morrendo, desfalecendo. Os ídolos estão sendo desfeitos porque todo ídolo é criado e sustentado pela adoração e, nessa galeria de heróis mortos brasileiros recentes, poucos são os que tem conseguido isso: sustentar uma influência que dure alguns anos na vida cotidiana das pessoas. Como referências, eles normalizam práticas, e as práticas que os levaram até a morte são justamente as que não devem ser normalizadas. É irônico ver que estes, que emprestaram tanto sabor a vida, também trataram com pouca reverência e carinho a mesma. Gostava muito do Champignon, ex-baixista do Charlie Brown Jr., a banda que mais fez minha cabeça e moldou meu estilo de ser na juventude, que provavelmente se suicidou com um tiro na ultima madrugada, mas o fato é que precisamos de práticas, atitudes e postura melhores diante da vida. Precisamos de pessoas que sejam referência em construção de caráter, família, respeito e sonhos, não em destruição. Precisamos de novos ídolos. Procura-se novas referências para uma geração órfã, que ainda tem buscado em pleno 2013, ídolos da década de oitenta e noventa.

Calendário virtual

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O facebook não pára de agregar valores e funcionalidades para si. O livro dos rostos que começou branco e sem sal, com a simples tarefa de ser um local comum entre amigos com a possibilidade de rever velhos conhecidos, hoje já é lugar comum para disseminar ideias, propagar marcas, fazer merchandising, pesquisar opinião, ter relacionamento com outros, lembrar aniversário de seus amigos e até um excelente e eficiente porta-voz para relacionamentos. Essa deslocada tradição de avisar, contar para a família, dizer como a menina é para as pessoas, do que ela gosta é coisa do passado. Basta alguns cliques que o face faz isso tudo na hora e com mais precisão (eu tenho sido prova disso).

Agora, ao que parece a mais nova tarefa que aparece na nossa timeline é avisar a quem o dia é destinado hoje. Alguém aqui sabia ou já tinha comemorado o “dia do irmão”? Há quem diga que Zuckerberb tem passado seus dias gelados, solitários e podres de rico inventando esses dias só pra dar uma movimentada nos assuntos nessa era pós “Quantas curtidas essa princesa merece? Se atingirmos mil acabaremos com a fome na África!”. E hoje, como vocês bem sabe é dia do ALFAIATE. Ok, ok, dia do sexo também. Talvez caiam no mesmo dia pela necessidade da intimidade com o corpo que as duas comemorações sugerem.

Essa ligação está sendo gravada

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Acordei e vi aquelas gotas escorrendo com preguiça pela janela. Era a chuva. Um convite para se reconciliar com o sono e se arrepender de ter transgredido a lei do sonho, que é acordar. Mas não consegui enquanto lembrei que acordara com um falatório, uma discussão do meu pai com o telefone. Pra mim, um monólogo. O cara tava discutindo, expondo vários argumentos contra a má qualidade na prestação de serviços da companhia de telefonia que assiste à minha avó, na sua casa.

Há mais de duas semanas que minha amada vovó e suas outras muitas vizinhas velhinhas estão sem telefone por um problema local e nenhuma providência é tomada. A situação é tão grave, mas tão grave, que nesse ínterim foi meu aniversário e a matriarca nem me ligar pode. A explicação da representante da empresa é que o problema é com uma firma terceirizada, e seria para eles que as reclamações teriam que ser direcionadas. Como cara-de-pau só tem sucesso quando não tem parte com a burrice, meu pai fez questão de lembrar que o contrato e o pagamento não são feitos a nenhuma empresa terceirizada e sim a eles, logo, cabe aos próprios resolver essa chatice.

Chatice essa que se estende atá aqui nesse texto mas agora se finda. Comentei tudo isso para sugerir minha nova especialização, curso, doutrinação ou seja lá qual for o nome que isso possa levar na grade curricular do ensino médio nacional. A iniciativa privada, as empresas, até as PPP's estão cada vez mais tomando conta da sociedade seja por meio de concessões ou omissão do estado. A cada dia fica mais claro e firme no inconsciente popular a dor de cabeça que é ligar para uma dessas prestadoras de serviço querendo cancelar ou comprar um serviço novo.

Não raramente as experiências, enxurradas de processos e piadas que envolvem a voz dos representantes dessas companhias tomam conta das conversas quer seja numa festa ou num almoço de domingo. Olhe ao seu redor e veja se você não conhece ao menos uma pessoa que trabalhe em um desses call center da vida. Não cessa o crescimento da demanda de mão de obra nessa área, assim como não diminui a relevância dessas empresas e as nossas necessidades, enquanto sociedade, num estilo de vida que cresce desenfreadamente misturando cada vez mais o que é seu privado com o público, criando literalmente uma rede de informações que, se cruzadas, definem exatamente quem nós somos — wikileaks, espionagem norte-americana é barbada! Profissional nesse ramo são os atendentes da c&a, pessoas que fazem cartões ou as redes sociais na tela do seu gadjet.

Pois bem, a minha sugestão, então, é que troquemos alguma dessas matérias retrogradas da escola e que não ensinam nada no final das contas, como matemática, história, geometria por uma disciplina que eu denomino “Como se comportar diante de um call center”. Que tal? Imagine uma nova geração equipada, que conhece e domina as aspirações e ofertas avassaladoras que virão do outro lado da linha antes mesmo delas serem ditas. Pense como seria melhor uma multidão de pessoas que conhece o comportamento e as intempéries que se armam numa dessas conversas, ate então inofensiva, para cancelar uma assinatura. Você há de concordar comigo o quanto de tempo, estresse e energia isso nos pouparia e que tudo isso convergiria para um estilo de vida melhor.

Pois bem, fica registrado minha sugestão, uma vez que no futuro nacional, esse domínio por parte das empresas só tende a aumentar se continuar esse governo que é de esquerda, de berço socialista, mas que vendeu o país para a iniciativa privada em um antro de corrupção...


...Pensando melhor, talvez outras matérias além desta teriam que ser adicionadas no colégio para poder entender essa vida melhor.

E viva a internet

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Às vezes me pergunto se alguém na cidade maravilhosa está maravilhado com o conteúdo da nossa tevê. Maravilhado soa, talvez a você, exigente, pedir-demais, então satisfeito ou agradado seria melhor. Há de haver alguém, além dos envolvidos, que aprovaria a qualidade de informação e programação veiculada nessas concessões públicas que, em teoria, teriam como dever propagar com qualidade no formato e essência o interesse público e o interesse do público também.

Como gosto de perguntas, me pergunto se alguém está satisfeito com a saúde ou a segurança na cidade. E a política como um todo. Já me peguei perguntando-me sobre até a educação; e a religião, por quê não? “Será que Jesus assistiria a Record” pode ser considerado heresia...

Esse formato comunicacional, na era da informação não processada, mal interpretada, no século da comunicação após o boom dela na segunda metade do século passado tá dando o que falar e pode ser pauta para os Fantásticos e Globo Repórteres futuros da vida (se é que eles resistirão até lá).

Quando muito filosófico, paro e percebo que apesar da maioria das respostas levarem a um desagrado geral com a vida social na minha cidade, nada muda. O que me encoraja a perceber que as pessoas não gostam muito de se fazer perguntas. Uma vez entrevistei o Ruy Castro e ele me disse que se o Brasil não tivesse carnaval todo ano, então, já teríamos tido umas 45 revoluções. Faz sentido...

A novela por exemplo... A vida imita a arte, ou a arte imita a vida é a pergunta que ecoa pra todo dramaturgo. Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais, era o jargão daquela propaganda. O quê de bom, efetivamente, uma novela super bem produzida e interpretada, como as nossas, já proporcionou de bom para alguém que não está diretamente ligado a ela é outra pergunta que me veio a mente agora. Tirando os atores, os merchandising atrelados a iniciativa privada, a instituição que veicula os folhetins que ganham dinheiro, status e fama, o que o povo ou o público ganha com isso, me permita a interrogação nesse texto.

Se por um acaso há alguma discordância nesses pensamentos entre eu e você, sinta-se desafiado a procurar, na tevê aberta ou fechada (que é uma extensão ridícula da mediocridade exibida nos canais abertos) uma sequência de programas bem feitos e com conteúdo no mínimo unanimemente aceitável.

No jornalismo, por exemplo, parece cada vez mais existir uma maior margem entre a informação e o fato, obviamente por questões políticas, financeiras e de interesse. O que é triste, como todo jornalismo. Qual verdade há nas reportagens sobre as manifestações que assaltaram subitamente as ruas do Brasil, ou qual a verdade que há na cobertura política, na vigilância do poder ou na mediação entre o Estado e as pessoas, se pergunte agora comigo.

Na faculdade de jornalismo a qual faço, que surpreendentemente entrou em greve quase por todos os motivos possíveis, existe uma minoria de alunos acampados na reitoria. Em outras palavras é a síntese da crise do ensino superior ao longo do país , mas esse é outro assunto. Estive lá com meus amigos, prometi tentar fazer algo por nós. Conversei com assessores da secretaria municipal de educação, deputados estaduais, federais, ex-mantenedores da instituição pessoalmente ou por telefone e todos eles, sem exceção, informados pela tevê, estavam sendo enganados acerca da atual e verdadeira situação da faculdade, a mesma que foi objeto de matérias e mais matérias de um sem número de emissoras.

Alguém se atreveria a dizer até que o jornalismo televisivo é o maior programa de ficção que já existiu. Mas não é pra tanto, nem pra pouco. Zapeemos com nosso controle e no melhor da lei da oferta e procura acharemos conforto audiovisual. E viva a internet.

O Papa se foi

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O mestre e jornalista Alberto Dines acaba de falar agora, segunda-feira, dia cinco de agosto de 2013, no programa chamado Roda Viva, da TV brasil, que hoje entrevista representantes do mídia NINJA , que eles poderiam se posicionar e explorar mais o assunto da visita papal ao Brasil, ocorrida nas últimas semanas, recheada de incongruências e fatos inusitados. 

A mídia NINJA é mais uma das variadas e novas formas de comunicação que cada vez mais tende a crescer dada as novas tecnologias e forma de se comunicar. Criada no meio de militantes nos últimos protestos ao longo de todo Brasil, por meio da internet dedica-se basicamente a cobrir pautas envolvendo justiça e engajamento político, social e cultural. Vale dizer que os criadores e representantes desse novo ativismo midiático feito online, on time e full time, graças a praticidade e acessibilidade dos novos gadjets, são declaradamente de convicções políticas socialistas e/ou comunistas. 

Disse ele, o Dines, jornalista famoso, lenda viva, que não consegue entender num estado laico um feriado de quatro dias por motivo da visita do Papa, motivo puramente religioso. Acerca disso, penso que devemos levar sempre em consideração se estamos enlatando ou empobrecendo ignorando as variantes da visita de um representante espiritual, líder de Estado e Papa — deixo aqui claro que não sou católico e me considero longe disso.  Temos que entender que um estado laico não é laicista, e nem por ser laico tem o direito de cercear o que não é, assim como não pode de forma equivocada usar sua autoridade para promover ou denegrir o que quer que seja. Contudo, se estamos numa democracia (em teoria) representativa, onde democraticamente foram levantados representantes do povo, onde essa maioria é católica, não é uma questão de ferir o que é laico ou não, é sim uma questão simplesmente de maioria, bom senso e funcionamento do sistema. Ademais, uma visita dessas, mobilizando milhares de pessoas não pode ser ignorada por esse argumento. É sempre bom lembrar que de acordo com o sociólogo francês Émile Durkheim,um dos pais da sociologia, entre as cinco bases que sustentam a sociedade está a religião com papel fundamental de manutenção da ordem e progresso.

Essa é mais uma prova de que estamos perdendo o tom nessa conversa de ditadura dos ofendidos ou governo das minorias. Hoje pasteurizamos a noção do coletivo, deixando de lado a ideia de sociedade, ignorando que somos um povo e nos reconhecendo somente como massa, esquecendo que somos cidadãos. Quando dirijo meu voto setorizando e visando somente meu benefício próprio, quando não reconheço minhas raízes e pratico uma mentalidade colonizada, fazendo papel somente de massa de manobra ante aos poderes não exercendo minha cidadania. Injustiça não pode ser confundida com preferência. Estado laico não é contra manifestações religiosas e democracia não combina em instância alguma com interferência estatal na filosofia, religião ou expressão do indivíduo. Ademais, o Papa já foi até embora, diferente dos nossos problemas, que querem continuar por muito mais tempo.

Como é ser um Zé

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Estamos vendo ao longo de todo Brasil e principalmente na cidade do Rio de Janeiro uma forma contínua e plural de protestos. Uma galera, jovens em sua maioria, que andam saindo às ruas para reclamar seus direitos e, querendo você ou não, quanto a isso, somos forçados a nos posicionar quase que involuntariamente: pró ou contra.

As manifestações tomaram corpo por causa do então aumento (abusivo) das passagens de ônibus em vinte centavos , mas como desgraça atrai desgraça, o que não faltou foram motivos justos de reclamação da nossa desgraçada política.

Essa turma que encabeça as manifestações pacíficas ou não, vem se classificando como uma massa de manobra não tão maleável assim na mão dos poderosos ou do 
Estado, pois se forma ainda num ambiente livre, numa terra de malboro, sem lei nem regulamentação, chamada internet. Essa que já cooperou na derrubada de regimes consolidados, em revelações de espionagem e até em acusações verossímeis de atos extras conjugais, juram os traídos (os principais responsáveis pelo fato de pesquisas mostrarem que nós, jovens, não passamos em média menos de quatro horas por dia na frente do pc, navegando).

E é essa mesma geração que parece sugerir com tais atos um acontecimento quase que inédito no país, se levarmos em consideração o número de casos ao longo da historia nacional: parecemos estar saindo da inércia, porém entrando na ditadura dos ofendidos. E nessa ditadura, a minoria tem ,sim ,voz! E basta o mínimo indício de uma ofensa que não faltam aproveitadores em busca de oportunidades.

Outra fato curioso é a possível mudança da conotação de "realidade" e de "sensação" , a qual criamos nas últimas décadas graças ao nosso modelo de vida e relacionamentos verticais ou horizontais, de consumo exagerado transformando o TER como propósito central, no lugar do SER. Com números, gráficos, publicidade, propaganda, por meio da mídia e de incentivos, somos quotidianamente induzidos a acreditar que vivemos em um local seguro, liderado por competentes escolhidos pelo povo, com saúde, moradia, senso de respeito e justiça.

E já que as palavras nos levam para esse caminho, não tenho como não lembrar de um amigo, o Zé. Esse era capaz de tudo, até confundir o guarda particular de rua com segurança, o plano de saúde absurdamente caro com saúde, as baixíssimas oportunidades de lazer gratuitas com cultura e os caríssimo e não variados produtos com oportunidades de satisfação pessoal.

Zé não tinha como seu ganha pão algo desejado, estudado e planejado, e sim algo empurrado, ocasionado pelas urgentes necessidades sociais. Poucos ,provavelmente, são os que vivem felizes ou justos em suas funções e trabalhos. A nossa sociedade nos empurrou uma sensação de que o homem é o seu trabalho, e por isso vemos pessoas que gastam quase metade de seu dia, mais de 80% do mês, em um propósito profissional no qual elas não acreditam, não as estimulam e não as representam. A sensação é de trabalhador, a realidade é de peão manejado e velejado de acordo unicamente com os sopros do vento. É o homem refém da vida e a vida vivendo o homem. O homem não é seu trabalho, o homem é sua obra, e a obra corre o risco de estar inacabada, mas não por falta de trabalho. É a ironia moderna que tem o malandro Zé como  personagem.

A sensação no condomínio do Zé que tem piscina , sauna, quadra poliesportiva o faz crer na segurança e no seu lazer, quando a realidade é que o Zé paga cinco meses em imposto ,dos dozes em um ano, para nada.Como sempre, o último a saber...

A sensação diz que ele escolhe quem governa e que vive numa democracia. Experimente perguntar a ao Zé qual foi a última vez que sua palavra foi ouvida ou ele teve voto em algo coletivo, na poda da árvore da sua rua, ou quando a opinião de um Zé foi perguntada em algo que diz respeito a ele próprio. Será que  ele tem o direito de opinar sobre sua aposentadoria é uma pergunta muito cruel a se fazer, isso porque ainda nem chegamos na questão de opinião quanto a políticas externas e relacionamentos diplomáticos.

A sensação entregou semana passada ao Zé uma promoção, a realidade é que ele continua ganhando abaixo do que é justo, muito provavelmente. Isso porque quem regula a justiça é o mercado, e nele essa tal senhora tem custado muito caro. A realidade é injusta e o meu iludido amigo tem sido o primeiro a transformar seu nome próprio em um verbo a ser conjugado.

A sensação de um cordão de ouro, de um carro comprado em milhões de vezes, uma dívida de uma década... Mas provavelmente pro Zé não há nada mais desejável do que o cheiro de um carro semi-novo , não é?

Vejamos algo: não existe classe C emergente ou uma multidão elevando seu padrão de vida, existe uma nova turma que só ganhou o poder de compra, o que favorece a iniciativa privada. Não existe melhora de padrão de vida, saída da miséria, uma vida mais justa e digna, só existe uma escassa possibilidade de comprar um eletrodoméstico e roupas melhores para ver se assim melhora a autoestima  classificação pro moço do IBGE. Tudo a preço da dívida. Eternos devedores de algo por algo que não se precisa. Se sabe o preço de tudo, já os valores... Mas o Zé continua Zéneando (vamos torcer para o verbo não vir para o imperativo).

O pobre Zé, que mais tarde me confidenciou que só não foi mais longe nessa história de flexibilidade do tempo de seu novo verbo porque não teve acesso à educação na infância, vive numa sociedade injusta, preconceituosa e imoral que tem sua manutenção na sensação das coisas. A pregação de que o próximo new rich pode ser o Zé, ou que ele pode crescer na vida ou ser o mais novo ganhador da mega sena só perpetuam o que sempre aconteceu: quem sempre roubou muito, bem, e quem sempre roubou pouco, mal. Na terra do Zé, só os roubos de grande porte compensam.

Aparece na tela da tevê o menor de idade negro, da favela sendo preso por tráfico e porte de arma e a sua sensação é que você está livre daquele problema. Poderíamos desafiar nosso conterrâneo à procura de quem é o jovem negro de favela que permite a entrada de armas em nossas fronteiras ou que faz vista grossa ante alguns benefícios da entrada de drogas no nosso país ou que faz politicagem deixando bem claro quanto custa sua assinatura para embargar ou não alguma proposta quando se torna político ou que alicia menores visando o lucro coisifcando o que é humano.

Os frutos do problema não são a raiz do problema, Zé.

Qual foi a última vez em que você mais elogiou e se identificou com algum político do que o criticou ou se frustrou me perguntou o Zé numa tentativa de me mostrar que nossos CEP's são parecidos. Em vão... 

A sensação não é a realidade, e agora , a minha sensação é de que as coisas tem mudado junto com o Zé.






Revolucionários do facebook

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A geração do sertanejo universitário, do BBB e da capricho dás as caras.

Aos portadores do oba-oba, minhas desculpas. Aos cidadãos sérios, o meu apoio. Aos badernistas,revolucionários, heróis, protestantes ou seja qual for a classificação desses que corajosamente saem as ruas reclamando por direitos: o dia mais importante de uma revolução é o seguinte.

E como será nosso dia seguinte? Ele vai existir? Olharemos para trás e veremos um dia D, lindo e histórico, mas e aí?

Não adianta ter gritos de guerra, identificar o problema, lançar palavras de ordem como"fora Dilma" entre outras sem ter uma proposta clara e apoiada pela maioria.

E escrevo esse texto oportunamente, no momento em que milhares de pessoas estão nas ruas das metrópoles nacionais.

Sinto informar mas a identificação do problema sem a sugestão de uma solução não é uma revolução como tem sido pregada, e nem a prova de que acordamos ou estamos prestes a fazer isso, infelizmente parece que continuamos sonhando em berço e sono esplendido.

E se o Brasil acordou, e aí? Vamos fazer o quê acordados?

Não creio que a falta de liderança clara seja o maior problema, nem a ideologia arbitrária, o que pra mim também são problemas, digo que, conseguindo o que se quer...E aí?

O nosso discuso e debate não é só sobre o aumento de 20 centavos, não é verdade?

A passagem abaixa e aumenta o combustível? A passagem abaixa e aumenta o custo de vida? Temos que entender que o estado e a iniciativa privada trabalham como um conglomerado, uma holding. Vai sair a Dilma e entrar quem? Alguém mais bonitinho do PT? Sai o Dudu Paes e entra o primo dele? Acho a intenção válida, elogiável, admiradora, mas acho que por estarmos muito tempo sem coisas como essas, estamos supervalorizando o episódio.  Isso não é uma revolução, isso é algo que devia ser feito com mais frequência levando em consideração como as coisas são aqui em terras tupiniquins! A Argentina fazia isso toda semana com o "panelaço".

Discordo dessa ideia de que o poder é quem propõem unicamente as melhorias. Se vivemos numa democracia (o que é uma mentira deslavada), devemos participar ativamente das decisões, e esses protestos são parte disso.  Eles representam a nossa vontade, e sem nossa vontade proposta ficamos sem representantes, e o poder vira algo pessoal ao invés de cargo publico.

Até acredito que a manifestação seja nobre também, por direitos, que vão muito além dos vinte centavos, mas essa disputa se divide em uma galera no poder que entende a revolução francesa contra os revolucionários que entendem de capricho e bbb.

Não vamos esquecer que essa juventude é exatamente aquela que você criticava há um mês atrás...

Vamos torcer e trabalhar através da consciência e sobriedade para que esse episódio não seja só mais um no qual a "elite" ou "poder" vai saber contornar facilmente.

Vale lembrar que estamos vivendo um tempo em que a maturidade alcança as redes sociais: essa manifestação começou na internet! Isso é esperançoso.

Os desigrejados

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Vejo alguns amigos — pessoas geniais e inteligentes — que se dizem Cristãos discutindo principalmente via face alguns temas atuais no contexto. Alguns tenho o prazer de conhecer muito bem, interpretar suas motivações, mas a maioria não tenho intimidade.

Recentemente vi num desses debates o tema sobre homossexualidade. Os debatedores, todos cristãos, argumentavam alguns pontos, entre esses o que o nosso estado democrático tem que ser bom para todos. Ora, se tem que ser bom para todos, isso significa que o conteúdo desse bom será construído na base da maioria, que virá da soma de votos individuais. Agora, se, como indivíduo, voto negligenciando o que é melhor para mim, o bom para todos no final vai ficar comprometido, pois minha função numa democracia é me posicionar, algo que muitos Cristãos em crise existencial tem tido muita dificuldade. Em relação ao homossexualismo, nossa posição já foi predefinida na bíblia e em Cristo: Temos que ser contra a atitude mas amar quem as pratica. Então, vale dizer que, socialmente, quando numa votação ou qualquer outra ferramenta democrática você, cristão votar a favor do homossexualismo (não estou falando aqui das medidas de segurança), você está se omitindo quanto cidadão e quanto um Cristão, do mesmo jeito que estaria se deixasse de amar e se importar com algum deles. Nosso papel é se posicionar em amor. Logo, democraticamente, votamos contra para vivermos de um forma cristã respeitosa.

A maioria desses de hoje que suspiram por esses temas subversivos no meio da igreja e que fazem questão de ir contra ou tem a simples motivação e função de quizumbar e zoar o plantão são representantes de um novo movimento que acontece hoje, os desigrejados. Tenho amigos assim e concordo em muitos pontos, menos com o fato da rebeldia e ruptura. Biblicamente vemos que toda novidade e revolução vinda de Deus aconteceu de acordo e debaixo de uma situação. Alguém aqui imagina Davi matando Saul? Jesus mandando joão batista se escafeder porque ele não ia ser batizado porque não precisava? Ou você imagina a igreja de atos dois entregando as ofertas aos pés de ananias e safira, ao invés de entregar aos apóstolos?

Toda geração que se levanta naturalmente analisa a geração anterior, e a nossa geração, que tinha o chamado e de analisar nossos pais e corrigir essas incongruências de uma forma legítima está sendo corrompida e negociando seu chamado. Hoje entendo que esse fenômeno, lindo e precioso no seu conceito é o nosso maior erro como igreja!

Se você sai de uma igreja com esse pensamento você está deixando pra trás uma missão e uma meta:de ser igreja de Cristo. Não precisamos de pessoas que julgam e apontam, críticos de plantão todos são. precisamos de pessoas que identifiquem o problemas e não corram, antes fiquem e em amor perseverem para corrigir isso!

Não podemos chegar ao entendimento que a religiosidade atual cria juízes e ao invés de nos colocarmos como servos, cruzarmos a fronteira da igreja para nos tornamos também juízes em outro arraial. Não pense você, meu irmão desigrejado, que esse movimento que só cresce, dentro de poucos anos vai também passar a se institucionalizar e acumular ritos para funcionamento próprio e se sistematizar como todos os outros. Não vamos virar as costas.

O problema da igreja não são os lobos travestidos de ovelhas em púlpitos ou bancos, os ladrões, os religiosos ou algo do tipo, o problema da igreja somos nós, eu e você, que vemos um problema e criamos um outro lugar de conforto. A geração que era pra ser a solução, é um novo problema.

Quanto as discussões em público feitas em tom desnecessário, temos mais o que fazer. Alguns de nós não estão nem aí pra discussão, e sim pra vaidade e pra quizumba. Não perca tempo com esses, invista em quem quer ouvir de boa vontade.

Se você por um acaso saiu de uma igreja e iniciou esse movimento com essas intensões, peço a você que volte para uma igreja de verdade, daquelas que são imperfeitas de fato, porque são essas que estão precisando de você.

O que de fato é "inclusão social"

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Nos últimos anos o tema "inclusão social" ganhou mais ainda notoriedade nas pautas da mídia, de conversas e nas plataformas de governo. Aos montes surgem movimentos e líderes reivindicando essa tal "inclusão", que na maioria das vezes é reclamada dos lugares marginalizados, oriundos de uma inadimplência do Estado e , por consequência, da iniciativa privada.

A maioria desses movimentos tem como carro chefe o discurso de suas diferenças locais, que precisa ser reconhecido e enaltecido, ou seja, uma subversão acontece — o crescimento do samba e do funk são exemplos culturais de equipamentos que foram incluídos à sociedade padrão, saindo da marginalidade, do lugar sem destaque e preterido até então pela massa.

O fato é que, atualmente, com o cenário político e econômico, podemos entender como sociedade e massa alguns tópicos semelhantes ao que chamamos de mercado; eles se misturam. Em resumo, toda inclusão social só é possível se for uma inclusão mercadológica. A criação do fetiche, de produtos e do conceito pela mídia e outras ferramentas transforma a inclusão ( que de fato seria igualdade em direitos e tão somente) em produtos de aglomeração para o mercado e sistema.

Toda inclusão, hoje em dia vai além da igualdade de direitos, e transforma qualquer cultura exótica em algo pasteurizado e vendível, logo, toda subversão (nesses casos) só vai até certo ponto, sendo trocada sua essência pelos mecanismos capitalistas. Essas inclusões só favorecem ao mercado, pois facilitam uma hegemonia, abrem mais um braço para consumo e consumidores, o que sempre vai resultar na ótica do lucro.

Alguns acreditam na demonização desse processo, eu prefiro acreditar que ele é só mais um meio para um desenvolvimento, é só mais uma forma distinta de reconhecimento, igualdade e crescimento. O público rejeitado não quer somente inclusão, o público rejeitado quer virar massa e passar a ser consumidor, e isso é o que faz a grande distinção na classificação das classes sociais e se somos inclusos ou não: nossa capacidade de compra.

Uma cidade muito longe daqui

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Imagine que, numa cidade muito longe daqui, houve uma chacina onde muitas crianças foram barbaramente mortas. Com a repercussão do acontecimento e a revolta, pessoas se levantam decidindo não mais ficarem caladas ante as injustiças sociais por parte do Estado. Entre essas pessoas surge um movimento intitulado "pretorock", imagine você.

Com o passar dos anos, a ONG pretorock cresce, passa a atuar em outras cidades e seu líder, chamado McJospeh, muitos anos depois é figurinha certa nos eventos políticos do partido de situação, se torna amigos de homens de governo que são acusados de má administração, irresponsabilidade fiscal e lavagem de dinheiro e chega a ganhar do governo cerca de R$ 80 milhões por ano. McJoseph, em plena e extraordinária ascensão social e mudança de seu círculo de contatos pode ser visto nessa cidade muito longe daqui em seu Land Rover, ou seu tríplex em Ipanemation, um dois bairros mais caros dessa cidade engraçada.

Acontece que a notícia se espalha pela cidade à boca miúda: donos de ONG enriquecem! Donos de ONG's enriquecem misteriosamente! Não é assim que deveria ser? No mesmo instante milhares dessas Organizações começam a ser criadas, incentivadas e financiadas pelo governo coincidentemente e numa dessas entra nessa história um outro personagem o qual vamos manter sua identidade em oculto, apelidando-o somente de "Tei-Tei".

Tei-Tei trabalha recuperando e ressocializando jovens por meio da religião, tem sua igreja e recebe incentivos de sua prefeitura pelo trabalho social. Num desses incentivos, avaliados em R$ 450 mil, McJospeh — se sentindo ameaçado em ter um outro alguém em sua área de atuação — outrora parceiro de Tei-Tei, reclama, veja só você, que exige metade desse financiamento e o acordo não é aceito.

McJoseph que tem amigos muito influentes (vale lembrar também que ele é dono de uma lavanderia e lava muitas coisas de seus novos amigos políticos) coloca a boca no trombone e com acusações sem provas consegue com que o pobre coitado do Tei-Tei seja capturado, julgado e sentenciado, tudo em menos de 1 hora, numa quinta-feira à noite! E ainda dizem que a justiça nessa cidade muito longe daqui não funciona...

Não é de se espantar?

Essa foi a história que me contaram, e como dizem alguns, deve ser horrível morar numa cidade assim, como essa que é muito longe daqui.

A infindável criatividade brasileira

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A democracia tupiniquim continua inaugurando novas plataformas de manutenção de poder. Agora, a ferramenta é na base do toma lá, dá cá, no melhor estilo pau que bate em chico, bate em francisco.

Diante de apelo do líder do PT , deputado José Guimarães (CE), para que deixe a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi enfático. “Renuncio se João Paulo Cunha e José Genoíno, condenados no julgamento do mensalão, também renunciarem aos cargos que ocupam na Comissão de Constituição e Justiça”. Os petistas Cunha e Genoíno são membros titulares da CCJ.

O apelo de Guimarães foi feito em reunião de líderes partidários com Feliciano para convencer o deputado a deixar a presidência Comissão de Direitos Humanos. A resposta de Feliciano causou mal-estar e inviabilizou o prosseguimento da reunião.

Sem contar o fenômeno comunicacional que vem consolidando que o indivíduo e inteligente mas a massa é burra. As redes sociais e o jornalismo online vem cada vez mais aumentando o número de informações despejadas na sociedade, que por sua vez, falida educacionalmente, familiarmente e moralmente, perde cada vez mais a capacidade de interpretação dessas informações.

Esse papo de "não me representa" agora é a última piada da moda. Numa democracia, é claro que muitas pessoas não vão ter a representatividade que desejam. O fato é que Feliciano representa cerca de 120 mil votos e Jean Willys, 20 mil. O que não pode é, por eu não aceitar que alguém colocado em determinado lugar por manobras politicas democráticas, querer tirar ele de lá na base do grito, do desrespeito ou algo assim. Isso é coisa de uma sociedade que não entendeu democracia, representatividade e nem entende que a ideologia passa ao largo dessa discussão. A questão ali é meramente política. Se preferências impostas por uma maioria é fascismo, preferencias impostas por uma minoria é ditadura! E nós não queremos nem um nem outro. Ademais, o cara é acusado de ter uma opinião (!?!?). Incitar ao ódio ou ao racismo é crime, ter uma opinião, legislativamente, não. Vão caçar agora o burro de ter a opinião dele?

Podiam começar pela educação.


A Dilma não me representa também e nem por isso saio gritando por aí. Em tempo, nem Feliciano nem Willys me representam, ultimamente a única coisa que tem me representado é a fé e a esperança num país melhor, e tenho ido bem com essas.

É de entristecer o que algumas pessoas andam fazendo em nome de Deus. Mas a questão sobre o que falei é para aonde estão levando a discussão. Racistas, ladrões, homofóbicos tem aos montes, principalmente no poder. Porquê o facebook nunca levantou um protesto contra o Delúbio? contra o Genoino? Contra os deputados que desviaram dinheiro da merenda escolar? Contra a ala que é favorável a ditadura, como alguns do DEM? Como aos favoráveis ao regime nazista? Contra a ala da segurança nacional que acredita que bandido bom é bandido morto? Aliás, muitos acreditam nisso! Acreditar que somos bons o suficiente para taxar quem merece viver é tão hipócrita quanto criar uma discussão dessas. O que está acontecendo é um debate vazio com um tema muito importante. É uma discussão produzida e instaurada para criar massa de manobra, sem contar que só comentei sobre isso tudo pra levantar o fato de que 'ele não me representa' é uma bobagem. Como disse, a maioria lá não representa todos, se não poucos interesses.

Como decorrência dessa discussão toda, além das incongruências e o entendimento de que as novas mídias são instrumentos geniais para a sociedade mas também deu voz aos imbecis, restou atitudes vergonhosas de ambos os lados. De um, religiosos pregando atitudes sem base bíblicas, de outro, desrespeito de gays. Algumas fotos circulam na internet mostrando homossexuais se beijando vestido de Cristo, a acusação de que um dos líderes do movimento LGBT seria ligado a correntes pedofilas e a ultima foto de um casal gay se beijando dentro da igreja, numa afronta. Lembramos que o local de culto é sagrado e guardado pela constituição.

Grandes capítulos nos aguardam, até porque, com essa atitude condicional de renúncia do presidente da câmara dos direitos humanos, o governo vai começar a reclamar. Tá aí uma primeira atitude que vai além da politicagem nessa história toda. Para o PSC, não seria saudável uma proposta dessas, mesmo assim, tratando de ética e ideologia, Feliciano a propôs ( lógico que contando com a imensa hipótese delas não se aceitas, mas...).

Pindaíba musical no Rio de Janeiro

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Eu "e aí, mano. Tô aqui no Centro, qual a boa de hoje?", no que ouço "vou tocar samba hoje numa casa legal por aí. Quer me encontrar mais tarde?". Claro, e assim encontrei ele e mais outros amigos na Lapa, aonde vi e ouvi violão, banjo e percussões de qualidade. O ambiente também era ótimo, agradável e top. Não escondo que era caro também — o que para mim não fez a menor diferença por que entrei de VIP e ataquei numa comanda VIP também; amigos músicos e suas cumplicidades. E assim se desenhou, com muitos gringos emoldurando a noite, a festa que não parou por aí: "vamos hoje no sarau na casa do "táxi lunar", tá afim?", "táxi quem?", "o Geraldiz Azevediz"...Consegui entender, diferentemente dele que não conseguiu ser engraçado.

A proposta da casa de apresentações é corriqueira na nossa cidade, amostras de samba e rebolado pra turista ver. O que não tem erro até aí. A questão é que, na dita cuja senhora do sereno, a apresentação principal era a cargo de cantora chamada Ana Costa. Se você não a conhece mas gosta de boa música, perde. Antes, na abertura dos trabalhos, fui apresentado a muitos intrumentistas que logo provariam sua virtuose, entre eles um jovem cantor que abriu o show para Ana Costa. Percussionista também, o cara dono de um carisma mil me contou que, apesar de carioca, vinha de Brasília há pouco tempo para morar por conta das oportunidades de trabalho. E aí se revela a grande pergunta: quantos como ele conseguem o que ele vem conseguindo? Morar numca cidade maravilhosa, porta do Brasil para o mundo, mas que ainda trata mal seus artistas não oferecendo espaços e principalmente oferecendo remunerações abaixo da qualidade artística de cada um.

Qual seria a saída para esse problema e como efetuar um upgrade nesse mercado e relação empregador e empregado são algumas questões. Numa conversa que tive com Sergio Ricardo, ele me contou sobre essa sua militância, em matéria que pode ser vista aqui  . A desunião, a falta de diagnósticos e de qualquer assossiação que responda sobre cooperam para a procrastinação da situação.

Enquanto isso, vamos de samba enquanto não há nada melhor pra aliviar a dor...

Workshops musicais na Lapa

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Um, dois, três, quatro, semínima na caixa e toma-lhe bastante jazz, salsa, samba, tudo com muita pausa e talento de sobra. Foi assim que o baterista Wilson Meireles começou seu workshop de bateria - ou "workshow", como ele mesmo disse - , na tarde de sábado (dia 9), na Escola de Bateristas Jorge Casagrande, na Lapa. O baterista que já trabalhou com Tim Maia, Gilberto Gil, Alceu Valença entre outros ícones, ainda estava acompanhado de um tecladista, com cara de menino mas com virtuose de cascudo que saiu sabe-se lá daonde. A apresentação toda foi com Wilson Meireles destruindo e esse cara entortando tudo, fazendo um baixo com a mão esquerda num KORG poderoso (vale procurar mais sobre esse músico que eu nào tenho o registro aqui mas, segundo constava em sua apresentação, tem trabalhos com a Roberta Sá além de um irmão tecladista na gig do Seu Jorge).

Ao longo do evento, além de muita qualidade, Meireles também conversou com os espectadores sobre música, experiências e até sobre sua trajetória na música "ao 15 anos decidi parar com tudo. Não sei porquê mas achei que esse negócio de música não era pra mim" disse ele, ainda bem para nós e para o Brasil que ele estava errado.

A iniciativa de Jorge Casagrande é uma das poucas numa cidade repleta de músicos talentosos e com história pra contar mas ainda trabalhando sem as condições adequadas ou sem espaço para divulgar seus trabalhos paralelos e ter uma proximidade com os fãs. A casa sempre apresenta oportunidades de aprendizado para os músicos que estão antenados.

Para ficar ainda mais por dentro dos eventos programados pela casa que, além de escola funciona também como estúdio de ensaio e gravação acesse o site clicando aqui. 

Jazz bom é aquele que você sabe menos quando termina do que quando começou

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"Pera aí, vou só trocar essa camisa por uma melhor ali e já volto pra gente conversar". Foi essa a última frase que algum músico que compões a gig formada por Danilo Sinna (sax), André Vasconcellos (baixo), Rafael Barata (bateria) e Bernardo Ramos (guitarra) falou antes de subir no "palco" para apresentar canções do cd instrumental "Dias de derrota e vitórias", de Danilo Sinna, nesta segunda (dia 11), à noite. Palco entre aspas porque na realidade a apresentação aconteceu numa igreja, a Batista Carioca, no Méier, Zona Norte do Rio.

A igreja começa a ser conhecida pelos músicos porque de dois em dois meses apresenta uma proposta chama "Jazz mandamentos", uma alusão aos " dez mandamentos" religiosos. Por lá já se apresentaram músicos como Willians Mello, Dada Costa, Juan Maximino entre outros num espaço para cerca de 200 pessoas, bastante acolhedor e confortável. O ambiente religioso sempre foi o berço da música de alto nível na história, seja com os mecenas, as batidas dos tambores ou até o canto gregoriano, inovador na época.

Na pauta da noite, além das frases e excelência dos músicos estava no ar a certeza de que a música de qualidade e bom gosto estava no seu lugar, como sempre esteve: na igreja.

Ônibus : ninguém merece

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Se você mora ou trabalha na Zona Oeste, irá concordar comigo.

Segunda passada fiz essa matéria falando sobre, além do problema do trânsito, o problema da insuficiência das linhas de ônibus, que não chegam como deveria até a Barra, Recreio, São Conrado, enfim, a Zona Oeste em geral, que é para aonde as empresas estão indo, com esse processo de esvaziamento do Centro da cidade, e levando assim seus trabalhadores, que precisam de ônibus, metrô e trem para chegarem lá - ou seja, tá tudo em falta. Sem falar da má condição que os motoristas e trocadores são submetidos. E hoje, como profecia, estoura essa greve.

Segue abaixo a matéria. Boa leitura.


São 8:15 da manhã e hoje é o dia que você, que mora no subúrbio, decide visitar sua tia, amigo, ou ir naquela reunião de trabalho ou social, lá na Zona Oeste, especificamente no belo bairro de São Conrado ou Gávea. Você faz coro para que o Rio de Janeiro seja uma cidade sustentável e de vanguarda, acredita nos transportes públicos e, por falta de carro, se vê forçado a ir de ônibus. Mal sabe você, caro leitor, que essa sua saga saindo de cascadura às 8:15 só terá fim às 14:15, quando for permitido pela cidade estar de volta em casa.

Que o transporte público não funciona no Rio de Janeiro (nem o de massa nem o de menor escala) todos sabem. Basta ver o trânsito, a lentidão e o desconforto sofrido por milhões de cariocas todos os dias em ônibus, metrôs e trens. Mas que a malha urbana está ineficiente e não atendendo mais ao estado, não só numericamente, mas como geograficamente, pode ser um problema novo.

Peguei o ônibus 465, Cascadura X Gávea, em seu ponto final, numa praça em cascadura, com destino ao shopping, às 8:15 em um dia de semana e, passando ainda pela Alvorada, na Barra, só cheguei ao meus destino às 11:40. Vale ressaltar que o calor insuportável e o trânsito caótico contribuíram para que uma menina ao fundo do ônibus cheio desmaiasse por conta de pressão baixa ou baixa taxa de glicose.

E se, chegando lá, após sua decisão tomada e tarefas concluídas, você more no engenho de Dentro e tenha que voltar para casa também de ônibus? Por conta do trânsito, a sugestão mais plausível seria pegar um ônibus até o centro, e de lá, um que iria para a Zona Norte. Pois então desafio aceito. Ao lado do shopping, descubro que a opção mais rápida é o ônibus de número 177, Gávea X Praça Tiradentes e entro nele. À essa hora, pode-se notar que pelo menos algo funciona: com as escolas municipais e estaduais em seus horários de saída, os ônibus da região funcionam quase como um transporte privado para os estudantes que tem livre acesso ao ônibus. Então lá vou eu, encarar trânsito do humaitá ao Catete, e chegar na Lapa à 13:20.

O Passeio, na região Central da cidade próximo aos Arcos da Lapa, é conhecido pçor ficar lotado nas horas de Rush por ser ponto final de muitos ônibus que vão para as mais variadas localidades do Rio, inclusive o 247, Passeio X Méier. Agora por volta de 13:00h algo inédito acontece: o ônibus está parcialmente vazio, mas o calor nunca esteve tão forte. Começo a conversar com a trocadora por que quase não se vê mais os automóveis, das linhas que ganharam a concessão para administrar esse lado do transporte da cidade, com ar-condicionado. Fico sabendo que só na empresa administradora dos ônibus para a qual ela trabalha, a Verdun, os processos criados por razão de problemas decorrentes do ar foram muitos:

— Já vi paciente dizendo que ia processar a empresa porque saiu tossindo. Já vi gente mandar deixar mais gelado porque havia pago os 0,20 centavos. Eu mesmo não aguento são 17º, me dá dor de cabeça. Uma amiga minha, quando terminou o plantão e ela desceu do 'carro', teve choque térmico e um problema nos nervos das mãos, teve que ficar fazendo fisioterapia durante três meses. Então por causa desses e outros muitos problemas todos os dias, acho que eles decidiram retirar os ônibus com ar-condicionado.

Conversa vai, conversa vem, chego ao Méier, bairro do subúrbio carioca e o trânsito é amigo sempre fiel na cidade maravilhosa. Desço do ônibus às 14:15, finalizando assim uma viagem com quase 60km rodados em condições precárias, desconfortáveis, aquém do valor da passagem paga. Todo esse sofrimento é bem distribuído em seis horas de estresse, tanto para os passageiros, quanto para os empregados (motoristas e trocadores). Recentemente, além da medida legal aprovada que permite o motorista acumular também o papel de trocador, agora a área profissional sofre uma espécie de 'entre-safra', e muitos estão sendo admitidos sem preparo ou condições. O problema do transporte na cidade vai além do conforto, e das condições mínimas de respeito ao grande público. Além do trânsito, com o crescimento de locais como Barra e Recreio e o "êxodo" das grandes empresas para a Zona Oeste, outro problema começa a surgir no Rio: a ineficiência do transporte público em servir a sociedade em escalas geográficas. A cidade cresce e se expande empresarialmente por conta de neo-liberalismo e o estado não faz sua parte.

Ah Lek Lek Lek

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Com "a nova sensação" do funk no rio de Janeiro, que já dominou da titia ao vovô, fazendo cada vez mais sucesso, vale a pergunta: Porque cada vez falamos menos, com abreviaturas e de forma diferente?

Apesar das novas tecnologias estimularem a comunicação, para Claudio Correia, doutor em comunicação, há uma diminuição na qualidade da escrita nesses novos meios

Leia a matéria que tenta explicar "ah lek lek", "Shimbalayê" e outros tais abaixo.


Ouça a peça "Ah Lek Lek" AQUI (se recusar, parabéns, faça esse favor)

“Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitação com animais selvagens. Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras.” Fonte: Wikipédia, sobre a Era Paleolítica compreendida entre 500.000 a 18.000 anos antes de Cristo.

                                                                       ......

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar”  -  
Shimabalaiê, maior sucesso da jovem cantora nacional Maria Gadú.

                                                                       ......


“Que Tesão! Nossa!
Que Balão! Que Melão!
Que Capusão! E tudo Ão!...
Refrão: IMIAUAHAIRLKJHAKSJOQIAAIU (Choramingando)” –
"Sem noção", música de Latino que conta a aventura de um homem que seduz uma mulher choramingando.

Recentemente, um programa desses da madrugada entrevistava um renomado professor de lingüística. Em pauta, sua mais recente obra. Dado momento, o professor comentou que a evolução da linguagem se dá pela praticidade e objetividade que ela alcança, citando o exemplo da palavra você, que é uma palavra derivada do intitulamento “vossa mercê”, usada antigamente e que foi se transformando até chegar no atual você, passando pelas formas de sucessivas contrações de vossemecêvomecê e vancê.

Não há como não lembrar da internet e suas linguagens e técnicas usadas nas contrações de palavras e objetividade de comunicação. Para Claudio Correia, Professor Adjunto da Universidade Federal do Amazonas / UFAM, doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / PUC-SP e Mestre em Lingüística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro / UERJ, graças aos novos meios de comunicação, as pessoas passaram a usar mais a escrita como um instrumento funcional para se comunicarem.

— Nunca a humanidade escreveu tanto como agora graças ao advento das mídias digitais e da comunicação em rede! De certa forma o uso excessivo da escrita nesses ambientes virtuais nos faz pensar sobre um conceito no campo da linguística o qual dizia que se priorizava o uso da fala em detrimento da escrita devido a sua funcionalidade. Mas nos ambientes virtuais de interação o que encontramos é exatamente o contrário: a prioridade é o uso da escrita, e não o da fala e isso coopera para a criação desses neologismos e contrações. — disse o professor. 






Professor Claudio Correia no evento "Estudos em Semiótica", organizado por ele





O doutor em comunicação afirmou também que o grande número de dispositivos digitais como notebooks e celulares incentivam a população dos grandes centros mundiais ao desenvolvimento do hábito da escrita.

— Tirando o tablet, que é bem recente, atente para o fato de que outros dispositivos servem muito mais para a escrita do que para a leitura.

Para Claudio, outra característica que pode ser percebida além da forma, é o conteúdo  de como nos comunicamos. Não raramente novos jeitos de comunicação são vistos migrando da internet para a tevê, para músicas e para a linguagem oral das pessoas.

— Em todo esse contexto de novas formas de se comunicar, pode ser percebido uma diminuição na qualidade do que está sendo escrito pelas pessoas: tanto no plano dos conceitos, como no plano das regras e normas da própria língua.

Algumas transformações na linguagem nos remetem a pergunta “que fim levará isso tudo?” Com formas cada vez mais contraídas, a ainda vasta língua portuguesa praticada no dia-a-dia parece cada vez mais se sintetizar em poucas palavras que carregam signos ‘genéricos’ para inúmeras coisas. As canções no início do texto (“shimbalaiê”, palavra inventada pela autora sem significado algum e o “choramingo” do Latino) fazem acreditar que apesar de nos comunicarmos mais em quantidade, a qualidade não se faz presente. O Mestre em Linguística Claudio explica que a questão não é bem essa:

— A questão de repetição e ausência de um conteúdo ideológico nas músicas está relacionado com o caráter icônicoª do uso da linguagem na música. Essas músicas trabalham com a iconicidadeª e com o nível de semelhança entre sons e sílabas das palavras. O que está realmente em jogo nestas músicas é a sua sonoridade, e não seu conceito.

Após ouvir essas canções, ainda vale ficar a indagação se será uma surpresa se um dia voltarmos aos grunhidos emitidos pelos homens das cavernas para falarmos uns com os outros...

ªiconicidade :O substantivo (nome) feminino iconicidade significa, em linguística, «semelhança existente, em certos signos linguísticos, entre a forma e a coisa representada, o que ocorre em onomatopeias (p. ex.: atchim, tique-taque), e palavras onomatopaicas (p. ex.: sussurrar, zumbido)» e, em semiologia, «propriedade que tem o signo icônico de representar por semelhança o mundo real (quanto maior o grau de iconicidade de um signo, tanto menor o seu grau de abstração ou esquematização)».
[Fonte: Dicionário Eletrônico Houaiss]

"Não existe uma receita a seguir na arte"

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Cuenca lançou seu último livro que faz parte da coleção "Amores Expressos"
Ele é figura importantíssima no "Estúdio I", na GloboNews, às tardes. João Paulo Cuenca comenta literatura e outros assuntos relacionados à arte,  no programa comandado por Maria Beltrão. Na entrevista abaixo segue um pouco mais do lado A do escritor que alcnaçou relativa fama exercendo seu lado B, como comentarista.


Nascido em 1978 e formado em Economia pela UFRJ, o escritor João Paulo Cuenca, autor dos romances “Corpo presente “(Planeta, 2003) e “O dia Mastroianni” (Agir, 2007), e mais recentemente”O único final feliz para uma história de amor é um acidente”( Companhia da Letras) protagoniza a semana do Etc.e.Tal.. Seu último livro faz parte da coleção “Amores Expressos”, projeto que reuniu 17 escritores brasileiros de três gerações e os mandou por um mês para os mais diversos destinos para se dedicarem a colocar as histórias de ficção que foram criadas durante o período de imersão no papel. JP, como costuma assinar, foi para Tóquio e narra em “ O único final feliz(...)” uma história de amor perturbadora com narradores surpreendentes, como uma boneca erótica. O menino que aos 4 anos colava imagens em um caderno que chamava de livro, foi o autor do seriado “ Afinal, o que querem as mulheres?”, sucesso da Globo no último ano.

Segue a conversa com o escritor que tem uma visão peculiar de sua 'profissão: " Não considero literatura uma carreira. A paixão pelos livros começou em casa. Por sorte, sempre tive uma boa estante de livros para escalar."


Cuenca é atualmente colunista no programa Estúdio i, da GloboNews





Etc.e.Tal. – João Paulo Cuenca
Por Bruno Almeida 


Etc —O que diria aos que desejam se aventurar como escritores? Há uma receita a seguir?

Cuenca —Eu diria que desistissem enquanto é tempo. E não existe receita em arte.


Etc —Aos 24 anos, você já tinha livro lançado com sucesso de público e crítica e escrevia no JB. Em 2007, foi selecionado pelo “Festival de Hay” e pela organização do “Festival Bogotá Capital Mundial do Livro” como um dos 39 autores mais importantes da América Latina com menos de 39 anos. Como foi lidar com isso? 
Cuenca —Não acho que um escritor deva dar muita importância a esse tipo de repercussão. O sucesso e o afago da crítica são altamente corruptores e acreditar nisso só vai te fazer um sujeito preguiçoso. E a lista é apenas uma lista. Foram 4 brasileiros escolhidos e poderiam ter sido outros 4. Especificamente sobre os 39 de Bogotá, lidar com isso foi muito agradável. Pude estabelecer contatos com outros 38 escritores latino-americanos que jamais conheceria de outra forma.

Etc —Para escrever o último livro, você foi a Tóquio, cidade onde se passa o romance. Foi mais fácil escrevê-lo do que se não tivesse ido? Qual é a diferença de escrever um livro quando se conhece o ambiente em que a história se passa?

Cuenca —Teria sido impossível escrever esse livro sem a viagem. Seria outro. Muito mais importante que a pesquisa factual foi o fato de viver o processo criativo sob a influência de novas cores, sons e pessoas. Dito isso, não acredito que para escrever um livro sobre qualquer lugar é importante visitá-lo. Mas visitá-lo cria uma experiência nova, que pode ser traduzida em texto.


Etc —
Algumas pesquisas dizem que capas e títulos macabros, ou coisas do gênero, vendem menos em relação aos demais. Leva isso em consideração na hora de escrever?

Cuenca —Jamais.


Etc —
O voyeurismo é uma marca na obra do mestre inglês Alfred Hitchcock. Para escrever “O único final feliz”, se inspirou nele de alguma forma? Hitchcock tem alguma influência na sua literatura?

Cuenca —Não. O voyeurismo é algo que os seres humanos, japoneses ou não, praticam desde que existe o desejo. 



Etc —
O Dia Mastroianni
 é o seu segundo romance. Trata-se do relato do cotidiano de dois jovens hedonistas, sem trabalho, que usufruem de uma desafogada situação financeira. Um deles ambiciona tornar-se um escritor de sucesso. Tirou algo seu para colocar neste personagem?

Cuenca —Quem dera. Nunca tive desafogada situação financeira e não me considero um escritor de sucesso. O que tirei de mim para compor esse personagem foi apenas a sua estupidez adolescente. De alguma forma, trata-se de um acerto de contas com o passado.



Etc —Solidão, distanciamento um do outro e superficialidade de sentimentos são temas presentes no seu trabalho. Alguma razão especial?
Cuenca —São temas da contemporaneidade. O mundo anda povoado por multidões de solitários.


Etc —
Quem são seus escritores preferidos?
Cuenca —Varia de acordo com o livro que estou escrevendo. Não tenho uma lista.



Etc —
Como tem sido a repercussão de seus livros no exterior?
Cuenca —Boa. É interessante notar como o contexto de uma sociedade influi na leitura de uma obra.


Etc —Qual dos seus personagens mais se parece com você? Se é que algum se parece.
Cuenca —A boneca Yoshiko — Yoshiko é uma boneca erótica descrita no livro “O Único Final Feliz...”



Etc —
Os escritores parecem escrever pelo compromisso de não ter compromisso com ninguém, a não ser com si próprios. Acha possível ser livre tendo de cumprir prazos e compromissos? A sensação de liberdade que sente hoje quando escreve é a mesma de quando escreveu o primeiro livro?
Cuenca —Não existe liberdade confortável. Quando escrevi meu primeiro livro, sequer sabia se seria publicado. Hoje em dia, preciso criar esse espaço (de desistência possível, de solidão etc.) toda vez em que sento para escrever.

Etc —Já tem alguma previsão de próximo romance?
Cuenca —Comecei a escrever, mas ainda não quero falar do que se trata.

Etc — Sempre nas entrevistas do Etc.e.tal haverá espaço para o entrevistado dizer o que quiser, ao final da matéria, se isso não foi possível por meio das perguntas. O que você tem a dizer...

 Cuenca —acredito que um escritor escreve a literatura que pode. Ele é feito mais dos seus defeitos e limitações do que o contrário. Literatura é ruído.



*O Etc.e.Tal revisita a entrevista com Cuenca, concedida no final do ano passado.