Uma cidade muito longe daqui

Uma cidade muito longe daqui



Imagine que, numa cidade muito longe daqui, houve uma chacina onde muitas crianças foram barbaramente mortas. Com a repercussão do acontecimento e a revolta, pessoas se levantam decidindo não mais ficarem caladas ante as injustiças sociais por parte do Estado. Entre essas pessoas surge um movimento intitulado "pretorock", imagine você.

Com o passar dos anos, a ONG pretorock cresce, passa a atuar em outras cidades e seu líder, chamado McJospeh, muitos anos depois é figurinha certa nos eventos políticos do partido de situação, se torna amigos de homens de governo que são acusados de má administração, irresponsabilidade fiscal e lavagem de dinheiro e chega a ganhar do governo cerca de R$ 80 milhões por ano. McJoseph, em plena e extraordinária ascensão social e mudança de seu círculo de contatos pode ser visto nessa cidade muito longe daqui em seu Land Rover, ou seu tríplex em Ipanemation, um dois bairros mais caros dessa cidade engraçada.

Acontece que a notícia se espalha pela cidade à boca miúda: donos de ONG enriquecem! Donos de ONG's enriquecem misteriosamente! Não é assim que deveria ser? No mesmo instante milhares dessas Organizações começam a ser criadas, incentivadas e financiadas pelo governo coincidentemente e numa dessas entra nessa história um outro personagem o qual vamos manter sua identidade em oculto, apelidando-o somente de "Tei-Tei".

Tei-Tei trabalha recuperando e ressocializando jovens por meio da religião, tem sua igreja e recebe incentivos de sua prefeitura pelo trabalho social. Num desses incentivos, avaliados em R$ 450 mil, McJospeh — se sentindo ameaçado em ter um outro alguém em sua área de atuação — outrora parceiro de Tei-Tei, reclama, veja só você, que exige metade desse financiamento e o acordo não é aceito.

McJoseph que tem amigos muito influentes (vale lembrar também que ele é dono de uma lavanderia e lava muitas coisas de seus novos amigos políticos) coloca a boca no trombone e com acusações sem provas consegue com que o pobre coitado do Tei-Tei seja capturado, julgado e sentenciado, tudo em menos de 1 hora, numa quinta-feira à noite! E ainda dizem que a justiça nessa cidade muito longe daqui não funciona...

Não é de se espantar?

Essa foi a história que me contaram, e como dizem alguns, deve ser horrível morar numa cidade assim, como essa que é muito longe daqui.

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