O que de fato é "inclusão social"

O que de fato é "inclusão social"


Nos últimos anos o tema "inclusão social" ganhou mais ainda notoriedade nas pautas da mídia, de conversas e nas plataformas de governo. Aos montes surgem movimentos e líderes reivindicando essa tal "inclusão", que na maioria das vezes é reclamada dos lugares marginalizados, oriundos de uma inadimplência do Estado e , por consequência, da iniciativa privada.

A maioria desses movimentos tem como carro chefe o discurso de suas diferenças locais, que precisa ser reconhecido e enaltecido, ou seja, uma subversão acontece — o crescimento do samba e do funk são exemplos culturais de equipamentos que foram incluídos à sociedade padrão, saindo da marginalidade, do lugar sem destaque e preterido até então pela massa.

O fato é que, atualmente, com o cenário político e econômico, podemos entender como sociedade e massa alguns tópicos semelhantes ao que chamamos de mercado; eles se misturam. Em resumo, toda inclusão social só é possível se for uma inclusão mercadológica. A criação do fetiche, de produtos e do conceito pela mídia e outras ferramentas transforma a inclusão ( que de fato seria igualdade em direitos e tão somente) em produtos de aglomeração para o mercado e sistema.

Toda inclusão, hoje em dia vai além da igualdade de direitos, e transforma qualquer cultura exótica em algo pasteurizado e vendível, logo, toda subversão (nesses casos) só vai até certo ponto, sendo trocada sua essência pelos mecanismos capitalistas. Essas inclusões só favorecem ao mercado, pois facilitam uma hegemonia, abrem mais um braço para consumo e consumidores, o que sempre vai resultar na ótica do lucro.

Alguns acreditam na demonização desse processo, eu prefiro acreditar que ele é só mais um meio para um desenvolvimento, é só mais uma forma distinta de reconhecimento, igualdade e crescimento. O público rejeitado não quer somente inclusão, o público rejeitado quer virar massa e passar a ser consumidor, e isso é o que faz a grande distinção na classificação das classes sociais e se somos inclusos ou não: nossa capacidade de compra.

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