Os desigrejados

Os desigrejados



Vejo alguns amigos — pessoas geniais e inteligentes — que se dizem Cristãos discutindo principalmente via face alguns temas atuais no contexto. Alguns tenho o prazer de conhecer muito bem, interpretar suas motivações, mas a maioria não tenho intimidade.

Recentemente vi num desses debates o tema sobre homossexualidade. Os debatedores, todos cristãos, argumentavam alguns pontos, entre esses o que o nosso estado democrático tem que ser bom para todos. Ora, se tem que ser bom para todos, isso significa que o conteúdo desse bom será construído na base da maioria, que virá da soma de votos individuais. Agora, se, como indivíduo, voto negligenciando o que é melhor para mim, o bom para todos no final vai ficar comprometido, pois minha função numa democracia é me posicionar, algo que muitos Cristãos em crise existencial tem tido muita dificuldade. Em relação ao homossexualismo, nossa posição já foi predefinida na bíblia e em Cristo: Temos que ser contra a atitude mas amar quem as pratica. Então, vale dizer que, socialmente, quando numa votação ou qualquer outra ferramenta democrática você, cristão votar a favor do homossexualismo (não estou falando aqui das medidas de segurança), você está se omitindo quanto cidadão e quanto um Cristão, do mesmo jeito que estaria se deixasse de amar e se importar com algum deles. Nosso papel é se posicionar em amor. Logo, democraticamente, votamos contra para vivermos de um forma cristã respeitosa.

A maioria desses de hoje que suspiram por esses temas subversivos no meio da igreja e que fazem questão de ir contra ou tem a simples motivação e função de quizumbar e zoar o plantão são representantes de um novo movimento que acontece hoje, os desigrejados. Tenho amigos assim e concordo em muitos pontos, menos com o fato da rebeldia e ruptura. Biblicamente vemos que toda novidade e revolução vinda de Deus aconteceu de acordo e debaixo de uma situação. Alguém aqui imagina Davi matando Saul? Jesus mandando joão batista se escafeder porque ele não ia ser batizado porque não precisava? Ou você imagina a igreja de atos dois entregando as ofertas aos pés de ananias e safira, ao invés de entregar aos apóstolos?

Toda geração que se levanta naturalmente analisa a geração anterior, e a nossa geração, que tinha o chamado e de analisar nossos pais e corrigir essas incongruências de uma forma legítima está sendo corrompida e negociando seu chamado. Hoje entendo que esse fenômeno, lindo e precioso no seu conceito é o nosso maior erro como igreja!

Se você sai de uma igreja com esse pensamento você está deixando pra trás uma missão e uma meta:de ser igreja de Cristo. Não precisamos de pessoas que julgam e apontam, críticos de plantão todos são. precisamos de pessoas que identifiquem o problemas e não corram, antes fiquem e em amor perseverem para corrigir isso!

Não podemos chegar ao entendimento que a religiosidade atual cria juízes e ao invés de nos colocarmos como servos, cruzarmos a fronteira da igreja para nos tornamos também juízes em outro arraial. Não pense você, meu irmão desigrejado, que esse movimento que só cresce, dentro de poucos anos vai também passar a se institucionalizar e acumular ritos para funcionamento próprio e se sistematizar como todos os outros. Não vamos virar as costas.

O problema da igreja não são os lobos travestidos de ovelhas em púlpitos ou bancos, os ladrões, os religiosos ou algo do tipo, o problema da igreja somos nós, eu e você, que vemos um problema e criamos um outro lugar de conforto. A geração que era pra ser a solução, é um novo problema.

Quanto as discussões em público feitas em tom desnecessário, temos mais o que fazer. Alguns de nós não estão nem aí pra discussão, e sim pra vaidade e pra quizumba. Não perca tempo com esses, invista em quem quer ouvir de boa vontade.

Se você por um acaso saiu de uma igreja e iniciou esse movimento com essas intensões, peço a você que volte para uma igreja de verdade, daquelas que são imperfeitas de fato, porque são essas que estão precisando de você.

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