outubro 2013

Incentivo fiscal aos namorados

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Casais apaixonados são sempre um ótimo elemento para compor qualquer fotografia. Pelo menos eu acho. Não há um ambiente que não se embeleze ou fique mais leve quando emoldurado pelo suspiro dos pombinhos.

Casais apaixonados saem mais, visitam pontos turísticos, compram mais, aquecem o mercado, incentivam a iniciativa privada, viajam mais, fazem marketing do lugar, estimulam o consumo. Sem contar que são, em potencialidade, uma dupla a menos de ladrões, tirando algumas situações, lógico.

Construtores de novas famílias e lares saudáveis, acho justo, então , propor para minha prefeitura uma espécie de isenção fiscal, um incentivo financeiro ao crescimento desses dois. Essa seria uma forma do estado a ajudar o crescimento dos dois ao mesmo tempo que aqueceria o mercado e movimentaria mais dinheiro. Não seria ótimo?

Pois bem, vamos lá.

Entre as minhas humildes sugestões feitas com muita humildade, horas de pesquisa sobre demanda e muito esmero sobre esse nicho, constará na emenda que enviarei ao meu amigo pessoal, por quem nutro grande carinho e admiração, a saber, Dudu Paes, as seguintes coisas:

Parágrafo único

1- distribuição de cupons que conferem desconto, quiçá " gratuidades" aos enamorados em entradas de estabelecimentos como cinema, teatro ou festas.

Vale lembrar que estes não seriam cumulativos, e só viriam a aumentar de acordo com a duração do namoro. Quanto maior o tempo juntos, maiores os descontos. Pra ver se incentiva o barrigudo a fazer alguma coisa com a namorada, né? Dar uma movimentada na relação que anda sonolenta.

2-uso exclusivos de terrenos na cidade.

Chega de só fumantes possuírem sua área reservada e privada. Você já imaginou como seria bom ter uma área reservada só para os "docinhos de coco" , " pudinzinhos de mel" e afins? Um local apropriado com mais segurança e descrição nas praias , praças públicas, jardins e tudo mais.

3-batedores da guarda municipal exclusivos para transporte.

Esse eu assumo, é um simples capricho. Mas é para honrar e mostrar para todos que ali vai uma instituição em construção: o namoro.

4- cadeiras duplas, especificas, juntas e macias nos transportes públicos.

Afinal , não tem nada mais chato do que você ficar numa ponta do metrô enquanto ela em outra, enquanto você, meu caro amigo homem, tem que fuzilar com os olhares todos os demais machos alfa que querem se " engracinhar" com sua amada.

5-pena inafiançável para galanteio de alheios.

Em resumo, extinção do ofício de pedreiro. Até Deus , em sua infinita sabedoria fez questão de colocar essa nos dez mandamentos " não cobiçarás a mulher do próximo". Está na hora de entrar em linha com a bíblia, não é, Dudu?

6- por último, porém não menos importante, uma cidade com mais filas.

Pois é, se você namora entende o que sugiro. São nessas filas da vida que acabam servindo de porto seguro que sempre rola o algo a mais que estava faltando. O olhar, o abraço, o carinho, talvez o até tão banalizado e esmagado "eu te amo", o beijo! Um amigo meu, muito mais velho, desde a minha tenra infância já me instruía " Bruno, se rolar o silêncio, é a hora do beijo". Quem sabe seja por isso que ultimamente só tenho escrito.

Bom dia

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Nas últimas semanas tenho acordado sempre religiosamente antes das oito da manhã e, de igual forma, não tenho dormido mais do que às 1:30 da madrugada.

Não me reconheco, crise de identidade, supressão do eu, confirmação do ego, análise. Quando a fase é estranha, vale de tudo...

O fato é que tenho aproveitado mais. Testando, descobrir que pelo menos pra mim, orar, estudar e meditar de manhã tem sido tão genial quanto de madrugada. Sem contar que vejo uma outra parte do dia cuja não tenho a menor intimidade. Ja tinha até me esquecido que já havia luz esse horario, desde dos meus 21 anos adotei uma vida de notívago.

Pois bem, tenho vivido melhor por causa de uma atitude, um experimento e me dei conta de que, se posso melhorar ou organizar meu dia, posso fazer o mesmo com a minha vida.

Uma simples atitude pode mudar tudo. A atitude é tudo. Agora vou lá viver porque já tinha me esquecido que a cidade, a tv, os livros e até Deus já estão acordado.

O tal guru e o lunático

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Uma manhã, numa conferência, um guru desses bem famosos da moda, que ganham milhões para expor receitas para a felicidade fez sua apresentação e foi embora repentinamente ao término de suas últimas e emocionantes frases. Aliás, o maior segredo do guru é falar e se ausentar logo, não ficar ali dando sopa até que a profecia não se cumpra e o problema se revele. Guru é aquele cara que vem bem de longe, e volta pra bem longe, em síntese é isso. Tal facilidade talvez explique a existência desse ofício, que nos dias de agora, carinhosamente a legislação classifica como "charlatanismo" e outros quais.

Passada as palavras motivacionais do guru, no final da apresentação acalorada, no auditório para milhares de pessoas uma musiquinha da bem agitada, com bastante balanço, começou a tocar. Musiquinha alegre e todos se abraçaram, sorridentes, felizes não se dando conta de que, a medida que se abraçavam e iam se findando os tapinhas nas costas e o gosto daquelas palavras a aparente forte e velha angústia ia galgando o espaço que era seu por direito no coração de cada um dos presente. Ela confirmou presença no evento também mas, tímida como ela é, só conseguiu se enturmar e fazer valer seu ingresso depois que o guru, aquele de bem longe, das palavras bonitas e técnicas rebuscadas no discurso que deixariam qualquer político invejado, voltou para bem longe, muito rápido.

Então, notando de que todo o momento não passou de um flerte com a alegria e que nada mais era do que êxtase momentâneo, foram apenas uma hora daquelas bem mentirosas que te distraem para o que realmente importa na vida, um lunático, veja você a seriedade que esse texto toma a partir de agora, tomou de assalto a bancada que era outrora do guru e, já gritando, acenando com os braços disse sua mensagem antes que os trogloditas da segurança o dessem uma bordoada.

Mesmo de longe, na ponta dos pés, no meio da multidão que se decidia a dar atenção ao louco ou ao fato de que a angústia nunca havia ido, embora ouvi algo como

"Viva a tal maneira de desejar a eternidade daquele instante. Passaram o dia esperando o dia acabar, o final de semana chegar, as férias começarem, a fase acabar e não se deram conta de que, na verdade, torciam pra que a vida acabasse. Se você não ama o que faz, mude. Não patrocine sua infelicidade. isso deve ser terrível.

Algumas vezes penso que convivemos com tanta gente e não amamos quase ninguém. Algo deve estar errado não, é?

Sabe aquele momento que você desejaria eternidade? Pois é, isso é a felicidade."

"E eu? Eu não matei Joana D'arc" foi a última coisa lúcida que consegui pescar naquele intrigante discurso antes de ver o louco ser arremessado do palco na confusão, com direito a tabefe estalado na fronte e microfonia.

Eu não sei não mas, desde então, tenho uma simpatia maior por quem tem a coragem de falar da vida e a vive de fato.

Simplesmente simples

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Procura-se a simplicidade. Num mundarel de gente que acredita na venda da felicidade, a demanda deve ser o "ser" simples. O indivíduo anda escasso nas ruas, vielas, muretas e nem nos postes ou comerciais mais se vê a cara do sujeito dado a vida de acordo com a vontade de Deus.

A atitude de ler jornal em um fila de padaria ou banco. Simplesmente acordar e ver o dia amanhecer ou o sereno começar a agir mais tarde, serenar junto, levar uma vida serena. Pensar em algo no passeio com o cachorro e se perder em pensamentos só voltando a cair em si na porta de casa. Procura-se a simplicidade do carinho no cabelo do namorado na praça sem hora pra acabar. Andar na chuva, foi-nos roubada a arte de divagar na vida. A proposta da vida social hoje — comparando muito mal, é igual àquela da lasanha que já se compra pronta. Hoje não conseguimos mais construir uma vida, passo-a-passo, dia-a-dia, saboreando cada etapa. Compramos ela já pronta, com gosto industrializado e tudo. E é ruim à beça... A lasanha, claro.

Se tempo só se tem quando se dá, aprender a dar é o que se ganha. Aliás, o tempo, assim como o amor, tem dessas dicotomias. Quanto mais se dá, mais se tem. Aliás, quem mais se deu, mais é.

Até o pobre do ócio foi corrompido, veja você, e agora anda solitário, incompreendido. Na Grécia antiga ele significava ter tempo livre para estudar, se dedicar, buscar estímulos, se preocupar com o público e não se tornar um idiota, não estar alheio às questões coletivas. Contudo, lá pelos idos do século XVIII, com aquele papo todo de industrialização, burgueses pra lá, burgueses pra cá, o pobre foi associado à vagabundagem junto ao sentimento de que, se não trabalhamos, prejudicamos alguém. Eu tinha um professor na faculdade que com toda a convicção que só um lunático alcança dizia que capitalismo é trabalhar para enriquecer o outro. Hoje ele faz mais sentido.

E a cultura do nadismo, coitada. Nadear! Nadear! Nadear! Algo que em se fazendo não se faz. A contemplação da natureza herdada e esquecida por nós por parte dos índios.

A simplicidade da humildade. Ser simples é ser sofisticado. Simplesmente viver.

E a ditadura sexual, hein?

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Eu sou virgem. Tenho 23 anos e nasci em 24 de agosto de 1990. E segundo reza o horóscopo, meu signo seria virgem. Não creio muito nisso, respeito quem o faz. Sou virgem, dessa vez sim, legitimamente, quanto a sexualidade. Por escolha de consciência livre, ainda não tive minha tão famosa primeira vez. Motivos pessoais tenho alguns e sigo minha consciência e verdade. Até aqui, não tenho do que reclamar. Ja voltamos no assunto "virgindade".

Acabo de ver dois programas que reforçam as esperanças de qualquer um no bom jornalismo e mostram que a frase que diz que "o jornalismo morreu" pode ser interpretada de outras formas. O programa " A Liga", na bandeirantes, e o " Profissão Repórter", na globo, abordaram temas que tinham como ponto em comum o "protagonismo" pelos jovens. E, já que falamos de bom jornalismo, simples, mostrando apenas o " que é", os resultados das matérias são tristes e vergonhosos.

No primeiro programa vi um artista nato, com quem já tive a oportunidade de topar na rua, entregue e dominado pelas drogas e as consequências devastadoras dela. Uma obra, e principalmente uma vida que foi negociada com o vício. No segundo, vi o que todo mundo, sabendo, finge não saber: que perdemos a virgindade cada vez mais novos e em algumas cidade do nordeste a media é baixíssima, chegando aos 14 anos.

Não preciso dizer as consequências negativas que o sexo feito fora da hora com pessoas ainda imaturas traz. Qualquer um em sã consciência ou com o mínimo de sabedoria, por si só, sabe que uma menina e menino de 16,17 anos tendem mais a perder do que ganhar se iniciarem sua vida sexual de forma não planejada.

O que mais chama minha atenção é protestarmos por uma ditadura do consumo, ditadura das minorias, ditaduras ideológicas mas ignorarmos por completo a ditadura do sexo.

Confundimos sensualidade com pornografia e, aonde formos hoje, veremos quase tudo girando em torno do sexo. Nos esporte, na indústria de cosméticos, nas roupas, nas vendas de eletrodomésticos, nas buscas pelo IBope, nos talk shows. A mentalidade do sexo "quanto antes, melhor" tem literalmente feito nossa cabeça e moldado nossa forma de agir.

Vivemos indiretamente um incentivo à promiscuidade, pornografia, infidelidade, vícios emocionais, destruição da família e depois queremos fazer passeatas a favor da família ou liberdade sexual.

Não se pode ter liberdade sexual sem antes se ter consciência sexual.

Eu acredito que um dia nossas referências que estimulam e moldam nós jovens e nossos irmãos mais novos não serão "homens galinhas" nem "mulheres dadas". Não faço da minha virgindade um protesto ou bandeira, até porque, se você já não o é mais, a única coisa que tomo a liberdade para te encorajar é que, daqui pra frente, tome suas atitudes baseado além de somente suas emoções. Já se você, assim como eu, ainda esta construindo a sua vez, fique feliz, você não está sozinho.