abril 2012

Manifesto da palavra

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Sr. Aurélio e prezado Seu Houaiss,

Venho por meio desta propor uma revolução na sociedade com a ajuda de vocês.

Quinze minutos de qualquer jornal provariam aos senhores que a sociedade realmente está precisando de uma mudança drástica, e acho que chegou o momento apropriado.

Já que não podemos tirar alguns sentimentos da humanidade como raiva, vingança e dor, que tal se mudássemos o significado das palavras ou até se a colocássemos em desuso?

Imagine um mundo sem "dor", sem "violência", sem "desgraça"? Uma vez me disseram que entendemos o mundo e as pessoas por meio das palavras e, francamente meus caros senhores, há algumas em especial que eu não gosto nem um pouquinho.

Por exemplo, o "quase" torna a vida menos inédita e o "se" mais normal, mais usual! Imagine uma país feliz e sem injustiças?

Isso só seria possível "se" "quase" todos tivesse acesso à educação e cidadania!

Viu como o "se" e o "quase" fazem toda diferença?

Isso é possível! Só depende dos senhores! Mais cuidado com as palavras por favor.

Agora, por último, imagine uma criança que nasce e cresce sem saber o significado de "ignorância, intolerância, prostituição, maldade corrupção"?

Não haveria de ser um alguém muito mais especial do que nós?

É possível! Fique aqui minha indignação e meu voto para a censura a essas palavras inúteis que nos trazem significados horrendos.

Se não mudam os sentimentos, que mudem as palavras...