Sobre você, vi. Vendo por ver.
Enquanto em meio aos tambores na selva os silvícolas gritavam entre murmúrios, num tom fúnebre como uma fumaça que cai sobre o decampado, uma espécie de mantra monótono:
- Salve a selva de saliva que dissolve a solidão! Salve a selva de saliva que dissolve a solidão! As almas que de noite dão , não darão seus corpos no ar em vão!
Com sentimento, ela consentia com o tom das cores sobre os corpos e o som das muitas vozes que vinham de todos os lados sobre o chão.
Uma cabeça dura, duas cabeças chatas e alguém que tinha 21.000 cabeças pensantes dentro de uma, que ante outra cabeça acerta-se em convicções.
Tive visões.
Numa delas não trato a falta que te fiz; você diz que, como eu, marcou com fogo vermelho quente, marcou um signo no braço.
-E o som que vinha da mata fechada era eu.
Assim como floresta convida e traga adentro seu desbravador,
assim trago eu o meu grande amor.
Devora-me em mata fechada
e decifra-me sob a luz do luar.
Portanto não me coube em si tanto amor,
como não me cabe à mim ser quem sou,
fui condenado a jamais amar.
Não sei, nem sou ao certo, quem dizia isso. Se era ela, ou o eu dentro de mim que me projetava em minha mente, slides de momentos em que dois se juntavam num só.
Numa última visão, recebi:
”Na morte, no chão e na lápide, escrito:
a beleza reside senão na higiene, o amor preside nada mais do que a dor.”
E a única certeza que tive depois disso é , que nenhum término, jamais, tem sempre um fim.