abril 2013

A infindável criatividade brasileira

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A democracia tupiniquim continua inaugurando novas plataformas de manutenção de poder. Agora, a ferramenta é na base do toma lá, dá cá, no melhor estilo pau que bate em chico, bate em francisco.

Diante de apelo do líder do PT , deputado José Guimarães (CE), para que deixe a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi enfático. “Renuncio se João Paulo Cunha e José Genoíno, condenados no julgamento do mensalão, também renunciarem aos cargos que ocupam na Comissão de Constituição e Justiça”. Os petistas Cunha e Genoíno são membros titulares da CCJ.

O apelo de Guimarães foi feito em reunião de líderes partidários com Feliciano para convencer o deputado a deixar a presidência Comissão de Direitos Humanos. A resposta de Feliciano causou mal-estar e inviabilizou o prosseguimento da reunião.

Sem contar o fenômeno comunicacional que vem consolidando que o indivíduo e inteligente mas a massa é burra. As redes sociais e o jornalismo online vem cada vez mais aumentando o número de informações despejadas na sociedade, que por sua vez, falida educacionalmente, familiarmente e moralmente, perde cada vez mais a capacidade de interpretação dessas informações.

Esse papo de "não me representa" agora é a última piada da moda. Numa democracia, é claro que muitas pessoas não vão ter a representatividade que desejam. O fato é que Feliciano representa cerca de 120 mil votos e Jean Willys, 20 mil. O que não pode é, por eu não aceitar que alguém colocado em determinado lugar por manobras politicas democráticas, querer tirar ele de lá na base do grito, do desrespeito ou algo assim. Isso é coisa de uma sociedade que não entendeu democracia, representatividade e nem entende que a ideologia passa ao largo dessa discussão. A questão ali é meramente política. Se preferências impostas por uma maioria é fascismo, preferencias impostas por uma minoria é ditadura! E nós não queremos nem um nem outro. Ademais, o cara é acusado de ter uma opinião (!?!?). Incitar ao ódio ou ao racismo é crime, ter uma opinião, legislativamente, não. Vão caçar agora o burro de ter a opinião dele?

Podiam começar pela educação.


A Dilma não me representa também e nem por isso saio gritando por aí. Em tempo, nem Feliciano nem Willys me representam, ultimamente a única coisa que tem me representado é a fé e a esperança num país melhor, e tenho ido bem com essas.

É de entristecer o que algumas pessoas andam fazendo em nome de Deus. Mas a questão sobre o que falei é para aonde estão levando a discussão. Racistas, ladrões, homofóbicos tem aos montes, principalmente no poder. Porquê o facebook nunca levantou um protesto contra o Delúbio? contra o Genoino? Contra os deputados que desviaram dinheiro da merenda escolar? Contra a ala que é favorável a ditadura, como alguns do DEM? Como aos favoráveis ao regime nazista? Contra a ala da segurança nacional que acredita que bandido bom é bandido morto? Aliás, muitos acreditam nisso! Acreditar que somos bons o suficiente para taxar quem merece viver é tão hipócrita quanto criar uma discussão dessas. O que está acontecendo é um debate vazio com um tema muito importante. É uma discussão produzida e instaurada para criar massa de manobra, sem contar que só comentei sobre isso tudo pra levantar o fato de que 'ele não me representa' é uma bobagem. Como disse, a maioria lá não representa todos, se não poucos interesses.

Como decorrência dessa discussão toda, além das incongruências e o entendimento de que as novas mídias são instrumentos geniais para a sociedade mas também deu voz aos imbecis, restou atitudes vergonhosas de ambos os lados. De um, religiosos pregando atitudes sem base bíblicas, de outro, desrespeito de gays. Algumas fotos circulam na internet mostrando homossexuais se beijando vestido de Cristo, a acusação de que um dos líderes do movimento LGBT seria ligado a correntes pedofilas e a ultima foto de um casal gay se beijando dentro da igreja, numa afronta. Lembramos que o local de culto é sagrado e guardado pela constituição.

Grandes capítulos nos aguardam, até porque, com essa atitude condicional de renúncia do presidente da câmara dos direitos humanos, o governo vai começar a reclamar. Tá aí uma primeira atitude que vai além da politicagem nessa história toda. Para o PSC, não seria saudável uma proposta dessas, mesmo assim, tratando de ética e ideologia, Feliciano a propôs ( lógico que contando com a imensa hipótese delas não se aceitas, mas...).