Etc. e Tal.

Bom dia, amor

0 comentários
Fernanda Rautt





É quando o amor fica como gosto de café na boca
misturado a pastas de dentes e banana.
Se sente ele lá porque não passa de um vício
e antes o que era meta, hoje é rotina

O que se sente no coração outrora havia sido lido como futuro
nas borras de café das das emoções.
Agora já cansado de pedir só mais um cigarro
pra ver o tempo passar...

A alegria que pra ser compelta era junta
pela manhã não passa mais do que um sorriso amarelado
e o café, cada vez mais amargo,
assim como o amor,

guarda o seu melhor para um sortudo.

G.R.I.T.E.I.

0 comentários
“ (…)é falsa a análise que se faz da juventude atual, de que esteja alienada, ou conformada.Os primeiros a aderir o movimento foram os jovens ávidos pela transformação colocando a cara a tapa. O sangue ferve muito mais na juventude do que na veia dos cansados. A lamúria, a “choramingação” dos adormecidos é muito mais corrosiva. (…)”

O cantor e compositor Sérgio Ricardo lançou na internet no início do mês de julho um manifesto que inaugura o movimento G.R.I.T.A. – para acordar o artista brasileiro ( Grupo de Resistência aos Impedimentos no Terreno das Artes). No texto, que pode ser lido aqui, o compositor alerta sobre a falta de união da classe artística do nosso país e propõe um movimento que lutará pelos direitos dos profissionais, principalmente os relacionados aos direitos autorais.

Sérgio Ricardo alcançou o sucesso em sua carreira no início da década de 60, quando lançou os LP’s “Não gosto mais de mim” e “A bossa romântica de Sérgio Ricardo”. O cantor participou também do Festival de Música Popular Brasileira, transmitido pela TV Record, aonde quebrou seu violão e o atirou na platéia por ter sido vaiado enquanto cantava a música ‘Beto bom de bola”. Ao que parece, a veia protestante de Sérgio parece não ter se perdido ao longo desses anos.

Na entrevista que segue abaixo, Sérgio fala um pouco sobre como está sendo o início do movimento, da desistência de Chico Buarque e sobre a adesão dos jovens ao G.R.I.T.A..




Sérgio "Planos tenho inúmeros, engavetados, sem chance para o cenário atual em que a cultura se encontra." 



Etc.e.Tal. – Sérgio Ricardo
Por Bruno Almeida


Etc — Sobre o movimento G.R.I.T.A., é correto afirmar que ele intenta unir a classe artística musical na luta pelos direitos dos profissionais dessa área, principalmente os relacionados aos direitos autorais?

Sérgio Ricardo — Não só na área musical como em todas da arte brasileira. Mas como a música está na ordem do dia, resolvemos concentrar nela.
Etc —Apesar do movimento ainda estar muito no início, e de que todas as ações serão criadas pelo grupo — segundo o manifesto — já há algum indício do que será, ou do que poderia ser a primeira ação do GRITA?

Sérgio Ricardo — Ainda se está estudando qual a forma mais prática e eficiente que adotaremos para efetivar nossa ação. Tudo indica que a solução partirá das conclusões aprovada por todos. Por estarmos no começo o principal neste exato momento é fortalecer nossa base com a soma de adesões, para partirmos para a primeira ação. Como são tantas, tentaremos privilegiar as mais imediatas primeiro.

Etc —
Como e quando surgiu a ideia? Acredito que as evoluções tecnológicas tenham sido uma ferramenta para a  motivação desse movimento que tenta solucionar problemas. Na década de 70, 80, aqui no Brasil, um movimento como esse era imaginável?

Sérgio Ricardo — Naquele tempo teria sido impossível. A Internet realmente inaugurou um novo paradigma. O Brasil inteiro está recebendo nossas informações e de toda parte surgem adesões. A assembléia se estabelece nos comentários livres de cada um e  será fácil deduzir a vontade da maioria sem precisar de votação. É só manifestar sua opinião que já vale como voto. Fácil de serem comprovadas as decisões de todos. O GRITA nasceu de uma inspiração minha, muito preocupado em observar as dificuldades que a juventude atual, meu filho incluído, a procura de um rompimento das barreiras estabelecidas pelos donos da comunicação, dos direitos sendo roubados, e na inércia de uma reação em massa. Vi que de frente do meu computador, poderia provocar uma reação nacional em torno de nosso problema, sem precisar sair de casa. Haverá um momento em que teremos de pegar um avião e ir até Brasília resolver o assunto com o governo. Mas aí seria outro assunto.

Etc —
O que inspirou o GRITA? Algo como ele já foi feito no mundo, não somente no campo musical?

Sérgio Ricardo — Sim. A observação de várias tentativas bem sucedidas, usando uma maquininha mágica de comunicação. Resolvi fazer uma tentativa e está dando certo, mais cedo do que esperava.

Etc —
Recentemente Chico Buarque, o primeiro a aderir o movimento, pediu para sair da lista para não criar atritos com sua irmã, a ministra da Cultura Ana de Hollanda. O que o sr. achou dessa decisão? Outras desistências já aconteceram?

Sérgio Ricardo — Felizmente não houve mais nenhuma desistência. A saída do Chico já era esperada pelo vínculo que o liga ao Ministério da Cultura. Num ou noutro momento poderemos ou não entrar em choque com o Ministério. Pelo sim, pelo não, retirou seu nome, o que não o desmerece, tão pouco nos preocupa. Ha uma tendência, neste começo do movimento, dos grandes nomes não se enredarem, com a exceção de poucos guerreiros, por arriscarem sua receita de direitos mensal e colocarem-se, num determinado momento contra os vínculos que os ligam ao sistema deteriorado. Os argumentos de todos é meio parecido, alegando não entenderem nada sobre este assunto, ou cançasso por fracassadas tentativas anteriores.

Etc —
Nos nomes relacionados, percebe-se mais artistas experientes do que os da nova geração. Por que o sr. acha que isso acontece?

Sérgio Ricardo — Não é verdade. A esmagadora maioria é dos que estão sofrendo na pele as consequências dos desmandos, os que mais se rebelam e demonstram que sua vontade de mudança é definitiva. é falsa a análise que se faz da juventude atual, de que esteja alienada, ou conformada. Se não há luz no fim do túnel, como seguir em busca de algo? Com a GRITA os primeiros a aderir foram os jovens talentosos que andam espalhados por esse Brasil a fora, ávidos pela transformação e colocando a cara a tapa, como se diz na gíria. O sangue ferve muito mais na juventude do que na veia dos cansados. A lamúria, a choramingação dos adormecidos é muito mais corrosiva.

Etc —
Algum político já tentou alguma aproximação junto ao movimento ou ao senhor?

Sérgio Ricardo — Estão de olho no GRITA. Aceitaremos, evidentemente, o apoio dos políticos que venham nos defender, mas o GRITA não é vinculado a nenhum partido político. No manifesto fica claro este ponto. Nosso objetivo é a UNIÃO dos artistas. Qualquer vinculo partidário provocaria rachas inevitáveis. Nosso verdadeiro partido é o da Cultura.

Etc —
O sr. tem algum trabalho que lançou recentemente ou tem planos para algum?

Sérgio Ricardo — Meu último trabalho é o CD "Ponto de Partida" com um misto de canções inéditas e meus sucessos antigos, feito com músicos e cantores jovens, lançado pela Biscoito Fino. Planos tenho inúmeros, engavetados a espera de novos tempos, sem chance para o cenário atual em que a cultura se encontra. 

Ligando os pontos

1 comentários


eu não sei o que sentir
por medo
eu não sei pra quê lembrar
por precaução

eu ainda não sei o que fiz
por amor
eu não sei o que sofri
por ingenuidade

eu só sei que quis assim
que tá bom assim
e que pra mim
a graça vale por tudo

pra quem tem olhos apurados
a beleza se deixa mostrar de seus esconderijos
nos pontos sombrios dos prédios da cidade

à mim não me cabe saber
aonde a vida coloca um ponto final ou uma vírgula.
me preocupo somente em sentir todas as exclamações
e criar, quando com tempo para isso, todos os pontos, 

os de interrogação

UHUM!!!

0 comentários

Apesar das novas tecnologias estimularem a comunicação, para Claudio Correia, doutor em comunicação, há uma diminuição na qualidade da escrita nesses novos meios

“Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitação com animais selvagens. Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras.” Fonte: Wikipédia, sobre a Era Paleolítica compreendida entre 500.000 a 18.000 anos antes de Cristo.

                                                                       ......

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar”  - 
Shimabalaiê, maior sucesso da jovem cantora nacional Maria Gadú.

                                                                       ......


“Que Tesão! Nossa!
Que Balão! Que Melão!
Que Capusão! E tudo Ão!...
Refrão: IMIAUAHAIRLKJHAKSJOQIAAIU (Choramingando)” –
"Sem noção", música de Latino que conta a aventura de um homem que seduz uma mulher choramingando.


Recentemente, um programa desses da madrugada entrevistava um renomado professor de lingüística. Em pauta, sua mais recente obra. Dado momento, o professor comentou que a evolução da linguagem se dá pela praticidade e objetividade que ela alcança, citando o exemplo da palavra você, que é uma palavra derivada do intitulamento “vossa mercê”, usada antigamente e que foi se transformando até chegar no atual você, passando pelas formas de sucessivas contrações de vossemecêvomecê e vancê.

Não há como não lembrar da internet e suas linguagens e técnicas usadas nas contrações de palavras e objetividade de comunicação. Para Claudio Correia, Professor Adjunto da Universidade Federal do Amazonas / UFAM, doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / PUC-SP e Mestre em Lingüística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro / UERJ, graças aos novos meios de comunicação, as pessoas passaram a usar mais a escrita como um instrumento funcional para se comunicarem.

— Nunca a humanidade escreveu tanto como agora graças ao advento das mídias digitais e da comunicação em rede! De certa forma o uso excessivo da escrita nesses ambientes virtuais nos faz pensar sobre um conceito no campo da linguística o qual dizia que se priorizava o uso da fala em detrimento da escrita devido a sua funcionalidade. Mas nos ambientes virtuais de interação o que encontramos é exatamente o contrário: a prioridade é o uso da escrita, e não o da fala — disse o professor. 





Professor Claudio Correia no evento "Estudos em Semiótica", organizado por ele





O doutor em comunicação afirmou também que o grande número de dispositivos digitais como notebooks e celulares incentivam a população dos grandes centros mundiais ao desenvolvimento do hábito da escrita.

— Tirando o tablet, que é bem recente, atente para o fato de que outros dispositivos servem muito mais para a escrita do que para a leitura.

Para Claudio, outra característica que pode ser percebida além da forma, é o conteúdo  de como nos comunicamos. Não raramente novos jeitos de comunicação são vistos migrando da internet para a tevê, para músicas e para a linguagem oral das pessoas.

— Em todo esse contexto de novas formas de se comunicar, pode ser percebido uma diminuição na qualidade do que está sendo escrito pelas pessoas: tanto no plano dos conceitos, como no plano das regras e normas da própria língua.

Algumas transformações na linguagem nos remetem a pergunta “que fim levará isso tudo?” Com formas cada vez mais contraídas, a ainda vasta língua portuguesa praticada no dia-a-dia parece cada vez mais se sintetizar em poucas palavras que carregam signos ‘genéricos’ para inúmeras coisas. As canções no início do texto (“shimbalaiê”, palavra inventada pela autora sem significado algum e o “choramingo” do Latino) fazem acreditar que apesar de nos comunicarmos mais em quantidade, a qualidade não se faz presente. O Mestre em Linguística Claudio explica que a questão não é bem essa:

— A questão de repetição e ausência de um conteúdo ideológico nas músicas está relacionado com o caráter icônicoª do uso da linguagem na música. Essas músicas trabalham com a iconicidadeª e com o nível de semelhança entre sons e sílabas das palavras. O que está realmente em jogo nestas músicas é a sua sonoridade, e não seu conceito.

Após ouvir essas canções, ainda vale ficar a indagação se será uma surpresa se um dia voltarmos aos grunhidos emitidos pelos homens das cavernas para falarmos uns com os outros.

ªiconicidade :O substantivo (nome) feminino iconicidade significa, em linguística, «semelhança existente, em certos signos linguísticos, entre a forma e a coisa representada, o que ocorre em onomatopeias (p. ex.: atchim, tique-taque), e palavras onomatopaicas (p. ex.: sussurrar, zumbido)» e, em semiologia, «propriedade que tem o signo icônico de representar por semelhança o mundo real (quanto maior o grau de iconicidade de um signo, tanto menor o seu grau de abstração ou esquematização)».
[Fonte: Dicionário Eletrônico Houaiss]

"Não existe receita em arte"

2 comentários
Cuenca lançou seu último livro que faz parte da coleção "Amores Expressos"


Nascido em 1978 e formado em Economia pela UFRJ, o escritor João Paulo Cuenca, autor dos romances “Corpo presente “(Planeta, 2003) e “O dia Mastroianni” (Agir, 2007), e mais recentemente”O único final feliz para uma história de amor é um acidente”( Companhia da Letras) protagoniza a semana do Etc.e.Tal.. Seu último livro faz parte da coleção “Amores Expressos”, projeto que reuniu 17 escritores brasileiros de três gerações e os mandou por um mês para os mais diversos destinos para se dedicarem a colocar as histórias de ficção que foram criadas durante o período de imersão no papel. JP, como costuma assinar, foi para Tóquio e narra em “ O único final feliz(...)” uma história de amor perturbadora com narradores surpreendentes, como uma boneca erótica. O menino que aos 4 anos colava imagens em um caderno que chamava de livro, foi o autor do seriado “ Afinal, o que querem as mulheres?”, sucesso da Globo no último ano.

Segue a conversa com o escritor que tem uma visão peculiar de sua 'profissão: " Não considero literatura uma carreira. A paixão pelos livros começou em casa. Por sorte, sempre tive uma boa estante de livros para escalar."



Cuenca é atualmente colunista no programa Estúdio i, da GloboNews





Etc.e.Tal. – João Paulo Cuenca
Por Bruno Almeida 


Etc —O que diria aos que desejam se aventurar como escritores? Há uma receita a seguir?

Cuenca —Eu diria que desistissem enquanto é tempo. E não existe receita em arte.


Etc —Aos 24 anos, você já tinha livro lançado com sucesso de público e crítica e escrevia no JB. Em 2007, foi selecionado pelo “Festival de Hay” e pela organização do “Festival Bogotá Capital Mundial do Livro” como um dos 39 autores mais importantes da América Latina com menos de 39 anos. Como foi lidar com isso?
Cuenca —Não acho que um escritor deva dar muita importância a esse tipo de repercussão. O sucesso e o afago da crítica são altamente corruptores e acreditar nisso só vai te fazer um sujeito preguiçoso. E a lista é apenas uma lista. Foram 4 brasileiros escolhidos e poderiam ter sido outros 4. Especificamente sobre os 39 de Bogotá, lidar com isso foi muito agradável. Pude estabelecer contatos com outros 38 escritores latino-americanos que jamais conheceria de outra forma.

Etc —Para escrever o último livro, você foi a Tóquio, cidade onde se passa o romance. Foi mais fácil escrevê-lo do que se não tivesse ido? Qual é a diferença de escrever um livro quando se conhece o ambiente em que a história se passa?

Cuenca —Teria sido impossível escrever esse livro sem a viagem. Seria outro. Muito mais importante que a pesquisa factual foi o fato de viver o processo criativo sob a influência de novas cores, sons e pessoas. Dito isso, não acredito que para escrever um livro sobre qualquer lugar é importante visitá-lo. Mas visitá-lo cria uma experiência nova, que pode ser traduzida em texto.


Etc —
Algumas pesquisas dizem que capas e títulos macabros, ou coisas do gênero, vendem menos em relação aos demais. Leva isso em consideração na hora de escrever?

Cuenca —Jamais.


Etc —
O voyeurismo é uma marca na obra do mestre inglês Alfred Hitchcock. Para escrever “O único final feliz”, se inspirou nele de alguma forma? Hitchcock tem alguma influência na sua literatura?

Cuenca —Não. O voyeurismo é algo que os seres humanos, japoneses ou não, praticam desde que existe o desejo. 



Etc —
O Dia Mastroianni
é o seu segundo romance. Trata-se do relato do cotidiano de dois jovens hedonistas, sem trabalho, que usufruem de uma desafogada situação financeira. Um deles ambiciona tornar-se um escritor de sucesso. Tirou algo seu para colocar neste personagem?

Cuenca —Quem dera. Nunca tive desafogada situação financeira e não me considero um escritor de sucesso. O que tirei de mim para compor esse personagem foi apenas a sua estupidez adolescente. De alguma forma, trata-se de um acerto de contas com o passado.



Etc —Solidão, distanciamento um do outro e superficialidade de sentimentos são temas presentes no seu trabalho. Alguma razão especial?
Cuenca —São temas da contemporaneidade. O mundo anda povoado por multidões de solitários.


Etc —
Quem são seus escritores preferidos?

Cuenca —Varia de acordo com o livro que estou escrevendo. Não tenho uma lista.



Etc —
Como tem sido a repercussão de seus livros no exterior?

Cuenca —Boa. É interessante notar como o contexto de uma sociedade influi na leitura de uma obra.



Etc —Qual dos seus personagens mais se parece com você? Se é que algum se parece.

Cuenca —A boneca Yoshiko — Yoshiko é uma boneca erótica descrita no livro “O Único Final Feliz...”



Etc —
Os escritores parecem escrever pelo compromisso de não ter compromisso com ninguém, a não ser com si próprios. Acha possível ser livre tendo de cumprir prazos e compromissos? A sensação de liberdade que sente hoje quando escreve é a mesma de quando escreveu o primeiro livro?

Cuenca —Não existe liberdade confortável. Quando escrevi meu primeiro livro, sequer sabia se seria publicado. Hoje em dia, preciso criar esse espaço (de desistência possível, de solidão etc.) toda vez em que sento para escrever.

Etc —Já tem alguma previsão de próximo romance?

Cuenca —Comecei a escrever, mas ainda não quero falar do que se trata.


Etc — Sempre nas entrevistas do Etc.e.tal haverá espaço para o entrevistado dizer o que quiser, ao final da matéria, se isso não foi possível por meio das perguntas. O que você tem a dizer...

 Cuenca —acredito que um escritor escreve a literatura que pode. Ele é feito mais dos seus defeitos e limitações do que o contrário. Literatura é ruído.



*O Etc.e.Tal revisita a entrevista com Cuenca, concedida no final do ano passado.



Saiba o que (não) rolou no show de McCartney

1 comentários
O relato de quem — do lado de fora — curtiu o show do ex-Beatle


Paul fez shows que, além do público no estádio, atingiu quem mora no entorno do Engenhão


Dois dias de aúdio de um show inesquecível  de um dos maiores ídolos vivos de todos os tempos foram o que parte dos moradores do Engenho de Dentro ganharam nesta semana. Na noite de domingo (dia 22) e de segunda-feira (23), o ex-Beatle, sir Paul McCartney, tocou e levou à loucura muito mais do que os 90 mil pagantes que estavam dentro do estádio do Engenhão.

Moradores do bairro, ainda não acostumados em receber shows deste porte, não tiveram do que reclamar quando, nos dois dias, religiosamente, Paul entrou no palco às 21:30 e saiu por volta de 00:00, tocando no bis e lendária "Hey Jude".

Por mais de uma vez, durante este período, a multidão, composta de senhores e jovens, que gritava e aplaudia, invadia com seu som casas pacatas das redondezas.

Para Dulce Gonçalves, a oportunidade foi única:

— Hoje vou dormir ao som do Paul, e ao vivo!

Não só Dulce, como Maria's, Jorge's, Pedro's e Claudia's esperam por mais uma oportunidade dessas.A música de McCartney mostra que não te fronteiras ideológicas, cronológicas e principalmente geográficas.

PS1: todas essas informações foram conseguidas e apuradas de fora do estádio, com quem não estava no show mas jura saber de cor e salteado tudo que rolou lá.

PS2: Na hora em que escrevia esse post quase fui interrompido para chorar: Let it Be, um dos maiores sucessos dos Beatles estava sendo tocado.