Etc. e Tal.

Como é ser um Zé

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Estamos vendo ao longo de todo Brasil e principalmente na cidade do Rio de Janeiro uma forma contínua e plural de protestos. Uma galera, jovens em sua maioria, que andam saindo às ruas para reclamar seus direitos e, querendo você ou não, quanto a isso, somos forçados a nos posicionar quase que involuntariamente: pró ou contra.

As manifestações tomaram corpo por causa do então aumento (abusivo) das passagens de ônibus em vinte centavos , mas como desgraça atrai desgraça, o que não faltou foram motivos justos de reclamação da nossa desgraçada política.

Essa turma que encabeça as manifestações pacíficas ou não, vem se classificando como uma massa de manobra não tão maleável assim na mão dos poderosos ou do 
Estado, pois se forma ainda num ambiente livre, numa terra de malboro, sem lei nem regulamentação, chamada internet. Essa que já cooperou na derrubada de regimes consolidados, em revelações de espionagem e até em acusações verossímeis de atos extras conjugais, juram os traídos (os principais responsáveis pelo fato de pesquisas mostrarem que nós, jovens, não passamos em média menos de quatro horas por dia na frente do pc, navegando).

E é essa mesma geração que parece sugerir com tais atos um acontecimento quase que inédito no país, se levarmos em consideração o número de casos ao longo da historia nacional: parecemos estar saindo da inércia, porém entrando na ditadura dos ofendidos. E nessa ditadura, a minoria tem ,sim ,voz! E basta o mínimo indício de uma ofensa que não faltam aproveitadores em busca de oportunidades.

Outra fato curioso é a possível mudança da conotação de "realidade" e de "sensação" , a qual criamos nas últimas décadas graças ao nosso modelo de vida e relacionamentos verticais ou horizontais, de consumo exagerado transformando o TER como propósito central, no lugar do SER. Com números, gráficos, publicidade, propaganda, por meio da mídia e de incentivos, somos quotidianamente induzidos a acreditar que vivemos em um local seguro, liderado por competentes escolhidos pelo povo, com saúde, moradia, senso de respeito e justiça.

E já que as palavras nos levam para esse caminho, não tenho como não lembrar de um amigo, o Zé. Esse era capaz de tudo, até confundir o guarda particular de rua com segurança, o plano de saúde absurdamente caro com saúde, as baixíssimas oportunidades de lazer gratuitas com cultura e os caríssimo e não variados produtos com oportunidades de satisfação pessoal.

Zé não tinha como seu ganha pão algo desejado, estudado e planejado, e sim algo empurrado, ocasionado pelas urgentes necessidades sociais. Poucos ,provavelmente, são os que vivem felizes ou justos em suas funções e trabalhos. A nossa sociedade nos empurrou uma sensação de que o homem é o seu trabalho, e por isso vemos pessoas que gastam quase metade de seu dia, mais de 80% do mês, em um propósito profissional no qual elas não acreditam, não as estimulam e não as representam. A sensação é de trabalhador, a realidade é de peão manejado e velejado de acordo unicamente com os sopros do vento. É o homem refém da vida e a vida vivendo o homem. O homem não é seu trabalho, o homem é sua obra, e a obra corre o risco de estar inacabada, mas não por falta de trabalho. É a ironia moderna que tem o malandro Zé como  personagem.

A sensação no condomínio do Zé que tem piscina , sauna, quadra poliesportiva o faz crer na segurança e no seu lazer, quando a realidade é que o Zé paga cinco meses em imposto ,dos dozes em um ano, para nada.Como sempre, o último a saber...

A sensação diz que ele escolhe quem governa e que vive numa democracia. Experimente perguntar a ao Zé qual foi a última vez que sua palavra foi ouvida ou ele teve voto em algo coletivo, na poda da árvore da sua rua, ou quando a opinião de um Zé foi perguntada em algo que diz respeito a ele próprio. Será que  ele tem o direito de opinar sobre sua aposentadoria é uma pergunta muito cruel a se fazer, isso porque ainda nem chegamos na questão de opinião quanto a políticas externas e relacionamentos diplomáticos.

A sensação entregou semana passada ao Zé uma promoção, a realidade é que ele continua ganhando abaixo do que é justo, muito provavelmente. Isso porque quem regula a justiça é o mercado, e nele essa tal senhora tem custado muito caro. A realidade é injusta e o meu iludido amigo tem sido o primeiro a transformar seu nome próprio em um verbo a ser conjugado.

A sensação de um cordão de ouro, de um carro comprado em milhões de vezes, uma dívida de uma década... Mas provavelmente pro Zé não há nada mais desejável do que o cheiro de um carro semi-novo , não é?

Vejamos algo: não existe classe C emergente ou uma multidão elevando seu padrão de vida, existe uma nova turma que só ganhou o poder de compra, o que favorece a iniciativa privada. Não existe melhora de padrão de vida, saída da miséria, uma vida mais justa e digna, só existe uma escassa possibilidade de comprar um eletrodoméstico e roupas melhores para ver se assim melhora a autoestima  classificação pro moço do IBGE. Tudo a preço da dívida. Eternos devedores de algo por algo que não se precisa. Se sabe o preço de tudo, já os valores... Mas o Zé continua Zéneando (vamos torcer para o verbo não vir para o imperativo).

O pobre Zé, que mais tarde me confidenciou que só não foi mais longe nessa história de flexibilidade do tempo de seu novo verbo porque não teve acesso à educação na infância, vive numa sociedade injusta, preconceituosa e imoral que tem sua manutenção na sensação das coisas. A pregação de que o próximo new rich pode ser o Zé, ou que ele pode crescer na vida ou ser o mais novo ganhador da mega sena só perpetuam o que sempre aconteceu: quem sempre roubou muito, bem, e quem sempre roubou pouco, mal. Na terra do Zé, só os roubos de grande porte compensam.

Aparece na tela da tevê o menor de idade negro, da favela sendo preso por tráfico e porte de arma e a sua sensação é que você está livre daquele problema. Poderíamos desafiar nosso conterrâneo à procura de quem é o jovem negro de favela que permite a entrada de armas em nossas fronteiras ou que faz vista grossa ante alguns benefícios da entrada de drogas no nosso país ou que faz politicagem deixando bem claro quanto custa sua assinatura para embargar ou não alguma proposta quando se torna político ou que alicia menores visando o lucro coisifcando o que é humano.

Os frutos do problema não são a raiz do problema, Zé.

Qual foi a última vez em que você mais elogiou e se identificou com algum político do que o criticou ou se frustrou me perguntou o Zé numa tentativa de me mostrar que nossos CEP's são parecidos. Em vão... 

A sensação não é a realidade, e agora , a minha sensação é de que as coisas tem mudado junto com o Zé.






Revolucionários do facebook

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A geração do sertanejo universitário, do BBB e da capricho dás as caras.

Aos portadores do oba-oba, minhas desculpas. Aos cidadãos sérios, o meu apoio. Aos badernistas,revolucionários, heróis, protestantes ou seja qual for a classificação desses que corajosamente saem as ruas reclamando por direitos: o dia mais importante de uma revolução é o seguinte.

E como será nosso dia seguinte? Ele vai existir? Olharemos para trás e veremos um dia D, lindo e histórico, mas e aí?

Não adianta ter gritos de guerra, identificar o problema, lançar palavras de ordem como"fora Dilma" entre outras sem ter uma proposta clara e apoiada pela maioria.

E escrevo esse texto oportunamente, no momento em que milhares de pessoas estão nas ruas das metrópoles nacionais.

Sinto informar mas a identificação do problema sem a sugestão de uma solução não é uma revolução como tem sido pregada, e nem a prova de que acordamos ou estamos prestes a fazer isso, infelizmente parece que continuamos sonhando em berço e sono esplendido.

E se o Brasil acordou, e aí? Vamos fazer o quê acordados?

Não creio que a falta de liderança clara seja o maior problema, nem a ideologia arbitrária, o que pra mim também são problemas, digo que, conseguindo o que se quer...E aí?

O nosso discuso e debate não é só sobre o aumento de 20 centavos, não é verdade?

A passagem abaixa e aumenta o combustível? A passagem abaixa e aumenta o custo de vida? Temos que entender que o estado e a iniciativa privada trabalham como um conglomerado, uma holding. Vai sair a Dilma e entrar quem? Alguém mais bonitinho do PT? Sai o Dudu Paes e entra o primo dele? Acho a intenção válida, elogiável, admiradora, mas acho que por estarmos muito tempo sem coisas como essas, estamos supervalorizando o episódio.  Isso não é uma revolução, isso é algo que devia ser feito com mais frequência levando em consideração como as coisas são aqui em terras tupiniquins! A Argentina fazia isso toda semana com o "panelaço".

Discordo dessa ideia de que o poder é quem propõem unicamente as melhorias. Se vivemos numa democracia (o que é uma mentira deslavada), devemos participar ativamente das decisões, e esses protestos são parte disso.  Eles representam a nossa vontade, e sem nossa vontade proposta ficamos sem representantes, e o poder vira algo pessoal ao invés de cargo publico.

Até acredito que a manifestação seja nobre também, por direitos, que vão muito além dos vinte centavos, mas essa disputa se divide em uma galera no poder que entende a revolução francesa contra os revolucionários que entendem de capricho e bbb.

Não vamos esquecer que essa juventude é exatamente aquela que você criticava há um mês atrás...

Vamos torcer e trabalhar através da consciência e sobriedade para que esse episódio não seja só mais um no qual a "elite" ou "poder" vai saber contornar facilmente.

Vale lembrar que estamos vivendo um tempo em que a maturidade alcança as redes sociais: essa manifestação começou na internet! Isso é esperançoso.

Os desigrejados

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Vejo alguns amigos — pessoas geniais e inteligentes — que se dizem Cristãos discutindo principalmente via face alguns temas atuais no contexto. Alguns tenho o prazer de conhecer muito bem, interpretar suas motivações, mas a maioria não tenho intimidade.

Recentemente vi num desses debates o tema sobre homossexualidade. Os debatedores, todos cristãos, argumentavam alguns pontos, entre esses o que o nosso estado democrático tem que ser bom para todos. Ora, se tem que ser bom para todos, isso significa que o conteúdo desse bom será construído na base da maioria, que virá da soma de votos individuais. Agora, se, como indivíduo, voto negligenciando o que é melhor para mim, o bom para todos no final vai ficar comprometido, pois minha função numa democracia é me posicionar, algo que muitos Cristãos em crise existencial tem tido muita dificuldade. Em relação ao homossexualismo, nossa posição já foi predefinida na bíblia e em Cristo: Temos que ser contra a atitude mas amar quem as pratica. Então, vale dizer que, socialmente, quando numa votação ou qualquer outra ferramenta democrática você, cristão votar a favor do homossexualismo (não estou falando aqui das medidas de segurança), você está se omitindo quanto cidadão e quanto um Cristão, do mesmo jeito que estaria se deixasse de amar e se importar com algum deles. Nosso papel é se posicionar em amor. Logo, democraticamente, votamos contra para vivermos de um forma cristã respeitosa.

A maioria desses de hoje que suspiram por esses temas subversivos no meio da igreja e que fazem questão de ir contra ou tem a simples motivação e função de quizumbar e zoar o plantão são representantes de um novo movimento que acontece hoje, os desigrejados. Tenho amigos assim e concordo em muitos pontos, menos com o fato da rebeldia e ruptura. Biblicamente vemos que toda novidade e revolução vinda de Deus aconteceu de acordo e debaixo de uma situação. Alguém aqui imagina Davi matando Saul? Jesus mandando joão batista se escafeder porque ele não ia ser batizado porque não precisava? Ou você imagina a igreja de atos dois entregando as ofertas aos pés de ananias e safira, ao invés de entregar aos apóstolos?

Toda geração que se levanta naturalmente analisa a geração anterior, e a nossa geração, que tinha o chamado e de analisar nossos pais e corrigir essas incongruências de uma forma legítima está sendo corrompida e negociando seu chamado. Hoje entendo que esse fenômeno, lindo e precioso no seu conceito é o nosso maior erro como igreja!

Se você sai de uma igreja com esse pensamento você está deixando pra trás uma missão e uma meta:de ser igreja de Cristo. Não precisamos de pessoas que julgam e apontam, críticos de plantão todos são. precisamos de pessoas que identifiquem o problemas e não corram, antes fiquem e em amor perseverem para corrigir isso!

Não podemos chegar ao entendimento que a religiosidade atual cria juízes e ao invés de nos colocarmos como servos, cruzarmos a fronteira da igreja para nos tornamos também juízes em outro arraial. Não pense você, meu irmão desigrejado, que esse movimento que só cresce, dentro de poucos anos vai também passar a se institucionalizar e acumular ritos para funcionamento próprio e se sistematizar como todos os outros. Não vamos virar as costas.

O problema da igreja não são os lobos travestidos de ovelhas em púlpitos ou bancos, os ladrões, os religiosos ou algo do tipo, o problema da igreja somos nós, eu e você, que vemos um problema e criamos um outro lugar de conforto. A geração que era pra ser a solução, é um novo problema.

Quanto as discussões em público feitas em tom desnecessário, temos mais o que fazer. Alguns de nós não estão nem aí pra discussão, e sim pra vaidade e pra quizumba. Não perca tempo com esses, invista em quem quer ouvir de boa vontade.

Se você por um acaso saiu de uma igreja e iniciou esse movimento com essas intensões, peço a você que volte para uma igreja de verdade, daquelas que são imperfeitas de fato, porque são essas que estão precisando de você.

O que de fato é "inclusão social"

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Nos últimos anos o tema "inclusão social" ganhou mais ainda notoriedade nas pautas da mídia, de conversas e nas plataformas de governo. Aos montes surgem movimentos e líderes reivindicando essa tal "inclusão", que na maioria das vezes é reclamada dos lugares marginalizados, oriundos de uma inadimplência do Estado e , por consequência, da iniciativa privada.

A maioria desses movimentos tem como carro chefe o discurso de suas diferenças locais, que precisa ser reconhecido e enaltecido, ou seja, uma subversão acontece — o crescimento do samba e do funk são exemplos culturais de equipamentos que foram incluídos à sociedade padrão, saindo da marginalidade, do lugar sem destaque e preterido até então pela massa.

O fato é que, atualmente, com o cenário político e econômico, podemos entender como sociedade e massa alguns tópicos semelhantes ao que chamamos de mercado; eles se misturam. Em resumo, toda inclusão social só é possível se for uma inclusão mercadológica. A criação do fetiche, de produtos e do conceito pela mídia e outras ferramentas transforma a inclusão ( que de fato seria igualdade em direitos e tão somente) em produtos de aglomeração para o mercado e sistema.

Toda inclusão, hoje em dia vai além da igualdade de direitos, e transforma qualquer cultura exótica em algo pasteurizado e vendível, logo, toda subversão (nesses casos) só vai até certo ponto, sendo trocada sua essência pelos mecanismos capitalistas. Essas inclusões só favorecem ao mercado, pois facilitam uma hegemonia, abrem mais um braço para consumo e consumidores, o que sempre vai resultar na ótica do lucro.

Alguns acreditam na demonização desse processo, eu prefiro acreditar que ele é só mais um meio para um desenvolvimento, é só mais uma forma distinta de reconhecimento, igualdade e crescimento. O público rejeitado não quer somente inclusão, o público rejeitado quer virar massa e passar a ser consumidor, e isso é o que faz a grande distinção na classificação das classes sociais e se somos inclusos ou não: nossa capacidade de compra.

Uma cidade muito longe daqui

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Imagine que, numa cidade muito longe daqui, houve uma chacina onde muitas crianças foram barbaramente mortas. Com a repercussão do acontecimento e a revolta, pessoas se levantam decidindo não mais ficarem caladas ante as injustiças sociais por parte do Estado. Entre essas pessoas surge um movimento intitulado "pretorock", imagine você.

Com o passar dos anos, a ONG pretorock cresce, passa a atuar em outras cidades e seu líder, chamado McJospeh, muitos anos depois é figurinha certa nos eventos políticos do partido de situação, se torna amigos de homens de governo que são acusados de má administração, irresponsabilidade fiscal e lavagem de dinheiro e chega a ganhar do governo cerca de R$ 80 milhões por ano. McJoseph, em plena e extraordinária ascensão social e mudança de seu círculo de contatos pode ser visto nessa cidade muito longe daqui em seu Land Rover, ou seu tríplex em Ipanemation, um dois bairros mais caros dessa cidade engraçada.

Acontece que a notícia se espalha pela cidade à boca miúda: donos de ONG enriquecem! Donos de ONG's enriquecem misteriosamente! Não é assim que deveria ser? No mesmo instante milhares dessas Organizações começam a ser criadas, incentivadas e financiadas pelo governo coincidentemente e numa dessas entra nessa história um outro personagem o qual vamos manter sua identidade em oculto, apelidando-o somente de "Tei-Tei".

Tei-Tei trabalha recuperando e ressocializando jovens por meio da religião, tem sua igreja e recebe incentivos de sua prefeitura pelo trabalho social. Num desses incentivos, avaliados em R$ 450 mil, McJospeh — se sentindo ameaçado em ter um outro alguém em sua área de atuação — outrora parceiro de Tei-Tei, reclama, veja só você, que exige metade desse financiamento e o acordo não é aceito.

McJoseph que tem amigos muito influentes (vale lembrar também que ele é dono de uma lavanderia e lava muitas coisas de seus novos amigos políticos) coloca a boca no trombone e com acusações sem provas consegue com que o pobre coitado do Tei-Tei seja capturado, julgado e sentenciado, tudo em menos de 1 hora, numa quinta-feira à noite! E ainda dizem que a justiça nessa cidade muito longe daqui não funciona...

Não é de se espantar?

Essa foi a história que me contaram, e como dizem alguns, deve ser horrível morar numa cidade assim, como essa que é muito longe daqui.

A infindável criatividade brasileira

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A democracia tupiniquim continua inaugurando novas plataformas de manutenção de poder. Agora, a ferramenta é na base do toma lá, dá cá, no melhor estilo pau que bate em chico, bate em francisco.

Diante de apelo do líder do PT , deputado José Guimarães (CE), para que deixe a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi enfático. “Renuncio se João Paulo Cunha e José Genoíno, condenados no julgamento do mensalão, também renunciarem aos cargos que ocupam na Comissão de Constituição e Justiça”. Os petistas Cunha e Genoíno são membros titulares da CCJ.

O apelo de Guimarães foi feito em reunião de líderes partidários com Feliciano para convencer o deputado a deixar a presidência Comissão de Direitos Humanos. A resposta de Feliciano causou mal-estar e inviabilizou o prosseguimento da reunião.

Sem contar o fenômeno comunicacional que vem consolidando que o indivíduo e inteligente mas a massa é burra. As redes sociais e o jornalismo online vem cada vez mais aumentando o número de informações despejadas na sociedade, que por sua vez, falida educacionalmente, familiarmente e moralmente, perde cada vez mais a capacidade de interpretação dessas informações.

Esse papo de "não me representa" agora é a última piada da moda. Numa democracia, é claro que muitas pessoas não vão ter a representatividade que desejam. O fato é que Feliciano representa cerca de 120 mil votos e Jean Willys, 20 mil. O que não pode é, por eu não aceitar que alguém colocado em determinado lugar por manobras politicas democráticas, querer tirar ele de lá na base do grito, do desrespeito ou algo assim. Isso é coisa de uma sociedade que não entendeu democracia, representatividade e nem entende que a ideologia passa ao largo dessa discussão. A questão ali é meramente política. Se preferências impostas por uma maioria é fascismo, preferencias impostas por uma minoria é ditadura! E nós não queremos nem um nem outro. Ademais, o cara é acusado de ter uma opinião (!?!?). Incitar ao ódio ou ao racismo é crime, ter uma opinião, legislativamente, não. Vão caçar agora o burro de ter a opinião dele?

Podiam começar pela educação.


A Dilma não me representa também e nem por isso saio gritando por aí. Em tempo, nem Feliciano nem Willys me representam, ultimamente a única coisa que tem me representado é a fé e a esperança num país melhor, e tenho ido bem com essas.

É de entristecer o que algumas pessoas andam fazendo em nome de Deus. Mas a questão sobre o que falei é para aonde estão levando a discussão. Racistas, ladrões, homofóbicos tem aos montes, principalmente no poder. Porquê o facebook nunca levantou um protesto contra o Delúbio? contra o Genoino? Contra os deputados que desviaram dinheiro da merenda escolar? Contra a ala que é favorável a ditadura, como alguns do DEM? Como aos favoráveis ao regime nazista? Contra a ala da segurança nacional que acredita que bandido bom é bandido morto? Aliás, muitos acreditam nisso! Acreditar que somos bons o suficiente para taxar quem merece viver é tão hipócrita quanto criar uma discussão dessas. O que está acontecendo é um debate vazio com um tema muito importante. É uma discussão produzida e instaurada para criar massa de manobra, sem contar que só comentei sobre isso tudo pra levantar o fato de que 'ele não me representa' é uma bobagem. Como disse, a maioria lá não representa todos, se não poucos interesses.

Como decorrência dessa discussão toda, além das incongruências e o entendimento de que as novas mídias são instrumentos geniais para a sociedade mas também deu voz aos imbecis, restou atitudes vergonhosas de ambos os lados. De um, religiosos pregando atitudes sem base bíblicas, de outro, desrespeito de gays. Algumas fotos circulam na internet mostrando homossexuais se beijando vestido de Cristo, a acusação de que um dos líderes do movimento LGBT seria ligado a correntes pedofilas e a ultima foto de um casal gay se beijando dentro da igreja, numa afronta. Lembramos que o local de culto é sagrado e guardado pela constituição.

Grandes capítulos nos aguardam, até porque, com essa atitude condicional de renúncia do presidente da câmara dos direitos humanos, o governo vai começar a reclamar. Tá aí uma primeira atitude que vai além da politicagem nessa história toda. Para o PSC, não seria saudável uma proposta dessas, mesmo assim, tratando de ética e ideologia, Feliciano a propôs ( lógico que contando com a imensa hipótese delas não se aceitas, mas...).