O dia D

O dia D

Sai detrás das cortinas, serenamente se acomoda num palanque improvisado entrando no raio de visão de mais de um milhão de pessoas, sentindo a maresia, um senhor barbudo, trajado com uma longa vestimenta branca, assim como sua barba e seus cabelos. Voz grossa, a aparência sintetiza o respeito. Voz que , apesar da difícil compreensão pelos transeuntes alheios, mais parecia grego, transmitia em ondas toda a autoridade . Autoridade essa inundando toda praia e principalmente carros protagonistas do caótico trânsito à beira-mar.

O dia, era d. O dia d

Meus amigos e amigas, fiéis à razão, dizia o preletor, à democracia e aos filósofos tidos como enamorados de mancebos, deixemos de filosofar e abramos o livro em I Sócrates 3:15:
"Só sei que nada sei." Razão Irmão! E a multidão alvoraçada repetia em coro: Razão Irmão!

Enquanto discorria sobre a passagem, milhares de escrivãos passavam entre a enfileirada multidão, todos com a fisionomia e gestual semelhantes a de "
O Pensador" de Rodin, trazendo salvas nas mãos , recolhendo donativos e mais donativos.Nos olhos de todos transparecia a certeza , uma certeza patriótica e quase iluminsita de que estariam ajudando.

A multidão terminaria a cerimônia logo após a retirada do homem com estirpe de longínquos anos anteriores até a Cristo, com mais alguns momentos de silêncio sepulcral em reflexão. Saíam com a certeza de que a oferta ia de encontro ao sonho utópico. O de salvar a Grécia da crise.

P.S.: qualquer semelhança com práticas ou eventos da I.U.R.D. não serão mais que mera coincidência.

Um comentário:

  1. hahaha gostei! É verdade, qualquer semelhança não é mera coincidência ¬¬
    (críticas a parte) rs

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