Fundação Quizumba

Fundação Quizumba

A rua que ele sobe se chama Hadock Lobo. o Destino, o colégio Nacional, onde viveu e deixou que outros vivessem seus melhores momentos até aqui. A cada passo a lembrança. Passando e rememorando por cada parede, cada árvore, sentia o cheiro de cada momento que riu, riu muito, riu alto, riu dos outros, riram dele, brigou, apanhou e as inúmeras vezes em que se repetiu o fatídico sentimento: "AGORA FU#$%@!!!".

O portal do colégio, templo de alegria, fica cada vez mais próximo.

É ele que tá vindo! Ele voltou! Cara você não sabe quem tá chegando aí.

Os alunos se amontoam pelas grades e uns pelos outros pra checar a veracidade da história. Os professores relembram momentos de embaraço que o viajante, agora retornado, já os tinha proporcionado.

É. Aquele que por vezes causou estragos fisicos à instituição e ao emocional dos seus colegas de classe, depois de duas séries em colégios distantes dali, não se adaptou. Voltou. Talvez por sua excentricidade e hábitos peculiares como cantar alto em sala e só respeitar os indignos de respeito. Queria ser um deles, algum vagabundo errante pela rua.

Por fora o mesmo uniforme que vestira outrora. A mesma cara de sonso safado. As mesmas cicatrizes que adiquiriu em brigas na rua do colégio. Pasmem: o mesmo tênis.

Já por dentro....

A vontade de chegar atrasado para chamar a atenção; a arte da quizumba; de importunar; o inconveniente quer porque quer tacar fogo no cabelo da coleguinha; pedir pizza no nome da inspetora; tomar tocos e tocos de quem ele nunca viu; fazer guerrinha de comida; quizumbar; quizumbar; quizumbar...

Repetir não é uma opção, é um trajeto. Não se sabe se até agosto já vimos a terceira guerra mundial ou outro fato apocalíptico que deixariam os judeus enciumados. O fato é que , como em o exterminador do futuro, "i'll be back". E ele está.

Quem nunca teve vontade de voltar e ser criança, nem que fosse por um tempo de matemática?

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