Cesar Ladeira Quem?

Cesar Ladeira Quem?


Ruy Castro : “como diz o Ivan Lessa, “De 15 em 15 anos o Brasil esquece o que aconteceu nos últimos 15 anos”.




No ano em que completaria 80 anos do início de sua carreira profissional, Cesar Ladeira é mais um a  entrar no time de personagens nacionais esquecidos. Contratado em 1931 como locutor da Rádio Record, em São Paulo, Cesar alcançou o reconhecimento em 1932, quando inclinou suas transmissões em prol da Revolução Constitucionalista.


  Cesar Ladeira nasceu em Campinas, 11 de dezembro de 1910 e morreu em 1969


No ano seguinte, em sua nova emissora, a Mayrink Veiga, agora como diretor artístico, além de locutor, Cesar Ladeira começou a inovar no jeito de se transmitir e fazer rádio. Logo na sua chegada, ele deu ao cantor Gastão Formenti o primeiro contrato a ser assinado profissionalmente no rádio brasileiro. Dividiu a programação  como se estivesse produzindo um jornal, dividindo-a em horários especializados e criando para os cantores slogans artísticos como “A Pequena Notável” para Carmen Miranda, “O Cantor das Mil e Uma Fans” para Ciro Monteiro.


Por onde quer que fosse, Ladeira levava suas inovações e seu sucesso, como prova a história de sua contratação pela Rádio Nacional, segundo o escritor e jornalista Ruy Castro “Em meados dos anos 40, ele foi comprado pela Rádio Nacional e isso contribuiu para o declínio da Mayrink e a subida da Nacional.”


Ruy Castro, escritor e jornalista, assina atualmente uma coluna na Folha de São Paulo.


Ladeira tem sua importância para a mídia brasileira ampliada uma vez que o nosso jeito de fazer televisão foi inspirado pelo nosso rádio e mesmo assim, seu nome não se encontra entre os os grandes ícones da história da tevê brasileira:  “A televisão americana veio do cinema. A brasileira, do rádio. Não sei por que falamos tanto de Chateaubriand e tão pouco de Cesar Ladeira. Eu, por exemplo, no “Carmen”, acho que nem citei o Chateaubriand; só falei do Cesar”, diz Ruy (“Carmen” é a biografia da famosa cantora da década de 40. Além desta, Ruy Castro assina também livros e outras biografias, como: “O Anjo Pornográfico” ,de Nelson Rodrigues e “Estrela Solitária”, de Garrincha, entre outras). Quando pergunto sua opinião sobre a amnésia nacional pelos ídolos, ele recorre a outro jornalista: “Como diz o Ivan Lessa, “De 15 em 15 anos o Brasil esquece o que aconteceu nos últimos 15 anos”.

Para o escritor, que assume não assistir a televisão aberta(esse possível produto de Ladeira), a não ser “para ver DVDs de filmes dos anos 70 para trás e para ver futebol” e que passa anos sem assistir o “Jornal Nacional”, a possibilidade de um profissional deste calibre aparecer novamente não é impossível “Se um novo Cesar Ladeira aparecer, ele vai aparecer, com ou sem espaço.”

Resta torcer para que os que vierem não tenham o mesmo destino ao quase anonimato que Cesar Ladeira teve.





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