Segundo Texto

Segundo Texto

Após a repercussão do texto " O que (o escritor da) Esquerda tem que aprender com os evangélicos" e do ótimo e proveitoso feedback em relação ao tema, tive a honra e o prazer de receber opiniões e conselhos sobre conteúdo e também forma do último artigo. Uma dessas pessoas, um referencial profissional para mim, Stephen Kanitz, sugeriu-me que repartisse o original em quatro, devido ao extenso tema. Desafio aceito, o primeiro texto retirado do original você pode conferir abaixo, agora vamos falar um pouco mais sobre as características da religião que mais cresce no país:  protestantismo.

João do Rio foi uma famoso jornalista brasileiro, carioca, nascido em 1881 que entre janeiro e março de 1904 decidiu colher informações sobre a religiosidade do Rio de Janeiro e as colocou em seu livro de reportagens intitulado "As religiões do Rio".Nele o repórter conta a história da primeira igreja evangélica a chegar na cidade, chamada Igreja Fluminense, que é datada de 1858


Junto com essa igreja pode-se acreditar que chegou ao Rio de Janeiro e anteriormente ao país um novo conceito religioso, ou pelo menos o embrião de uma transformação que não se restringe somente ao campo da religião.

Alguns sociólogos afirmam que a sociedade se baseia sobre pilares e, entre eles estão a família, a justiça e a religiosidade.

Quando se afirma que o protestantismo à luz de Cristo , apesar de respeitar hierarquias e construções sociais, não se contenta em agir somente na esfera religiosa, cria-se a semelhança, paradoxalmente e inversamente dele ao comunismo, uma vez que esse em seu mais avançado estágio parece suprimir o indivíduo, negar a possibilidade de sonhos e ascensão social, coloca o estado acima de qualquer religião e intenciona ir além de um sistema social almejando se tornar uma filosofia de vida — algo muito semelhante ao que o capitalismo pode sugerir atualmente.

Com o cristianismo puro e simples (o qual C.S. Lewis tem um livro sobre) acontece o mesmo. Suas atitudes de caridade e frutos dessa fé necessitam, com respeito, invadir outras áreas. Logo, então, pode-se acreditar que a primeira igreja pode ter sido uma tímida, contudo poderosa semente de mudança que foi plantada no estado, uma vez que seu membros e fiéis são ensinados a fazer da religião uma ideologia e uma espécia de "chamado".

Politicamente, as diferenças por conta de atitudes e medo de retaliações populares religiosas começam a acontecer naturalmente. Em qualquer país com regime democrático a maior classe está apta a receber, senão a maior, grande parte da atenção e investimento social. Recentemente candidatos das mais variadas esferas têm feito desse nicho seu curral eleitoreiro e conseguiram galgar novos territórios, a nomeação de Crivella para o Ministério da Pesca recentemente pela presidente Dilma é acusada de ser em virtude do crescimento populacional evangélico.

Contudo esses acontecimentos, apesar de serem bem claros, não são fatos consumados e provados. A verdade de fato e de direito atualmente é que a forma como se desdobra uma denominação hoje é fascinante.
Toda igreja que se esmera nas atitudes bíblicas e as repete dá "uma aula" para muitos líderes e CEOs.


É interessantíssimo a capacidade de recrutamento para o ofício de dentro das igrejas, assim como a clara e imediata noção de acolhimento que cada uma delas oferece, igualmente com o importante discurso e prática que une todos ali debaixo de um só propósito. Se cria uma comunidade à parte, que, se for levada a séria, 2000 anos depois de o Messias ter deixados seus ensinamento e diretrizes, é muito mais eficiente ao chegar próximo do que qualquer comunidade tentou ao se tornar uma "sociedade alternativa"

Vale ressaltar a pequena curiosidade que acontece hoje que é a do número absurdo de músicos profissionais que transitam pelo brasil afora acompanhado artistas renomados e multimilionários, os quais firmaram seus primeiros passos em igrejas pentecostais ou neo-pentecostais. Mas a formação desses músicos, o porquê da troca de "altar" e "palco" e o êxodo deles das igrejas não encaixa no tema proposto.


Um dos exemplos dessa grande movimentação 'espiritual' atual brasileira é a ferramenta da visão celular no modelo dos 12, Iniciada no Brasil por volta desse novo século. Em pouco mais de 10 anos atuando em território nacional, as atividades que fazem parte desse projeto já reinstauraram características importantes desse povo que segue a bíblia, tais como 'honrar o líder", "seguir o modelo dos 12 adotado por Cristo", a implantação de "células" que envangelizam em quase todo território nacional e principalmente a ideia de que cada membro é um líder e cada casa uma potencial igreja.

O primeiro texto insinuava o exemplo que a esquerda nacional deveria seguir dos evangélicos. E o exemplo tem sido esse, uma paixão pelo sacerdócio e o trabalho de "formiguinha" e de muita paciência e estratégia por parte desses líderes. Se tudo continaur como está, em breve o país se tornará, mais do que já é, uma potência evangélica mundial tendo suas decisões a níveis institucionais sendo influenciadas por essa classe que começa a se tornar poderosa.

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