Um pouco de história

Um pouco de história



João do Rio, um famoso jornalista, que mais tarde viria a compor a Academia Brasileira de Letras, nasceu na cidade maravilhosa em 1881. Entre janeiro e março de 1904, decidiu colher informações sobre a religiosidade no Rio.


Sob a certeza de que "No Rio cada rua tem um templo e cada homem uma crença diversa" ele estudou e pesquisou sobre como variadas manifestações religiosas aconteciam na cidade.


O mais interessante era perceber em todas essas crônicas reais que falam sobre os Batistas, os Metodistas, os Presbiterianos, entre outros, como eram as suas atividades e principalmente a sua abrangência social!


A primeira igreja de cunho evangélico/protestante no Brasil, a Igreja Fluminense, é de 1858 e, desde o ano da sua criação, muito trabalho e muitas novidades foram efetuadas por essas primeiras igrejas em solo nacional, de fato.O meio séc. que se passou a seguir, desde a primeira fundação de uma igreja no país, contudo, não foi igual ao seu segundo meio século, que vai até meados de 1950. Assim como os últimos 50 anos foram extremamente mais movimentados e frutíferos do que esses outros, graças também a todo o trabalho desses pioneiros retratados nessas reportagens.


Um dos exemplos dessa grande movimentação 'espiritual' atual brasileira é a ferramenta da visão celular no modelo dos 12, iniciada no brasil por volta desse novo século. Em pouco mais de 10 anos atuando em território nacional, as atividades que fazem parte desse projeto já reinstauraram características importantes desse povo que segue a bíblia, tais como 'honrar o líder", "seguir o modelo dos 12 adotado por Cristo", a implantação de "células" que envangelizam em quase todo território nacional e principalmente a ideia de que cada membro é um líder e cada casa uma potencial igreja.



Entre as passagens mais marcantes assinaladas nessas reportagens do jornalista estão:


"Pego de um folheto, enquanto lá dentro parte um coro louvando a glória de Deus. Trata do
purgatório perante as Escrituras Sagradas e está na 2.ª edição. Leio na primeira página: "Entre
as diferentes religiões existentes distinguem-se a religião de Jesus, que nos oferece o céu, e a
religião do Papa, que aponta o purgatório. O Papa prega o purgatório porque ama o nosso
dinheiro..." Com um pouco mais teríamos a Velhice do Padre Eterno!"


Sobre a igreja Batista em 1904.




"Estaquei. Mas, Senhor Deus, os metodistas davam-me uma excessiva quota de amor. No
dia anterior um casamento, minutos antes o casamento de novo, e agora ali, na sombra da
noite, o pastor que me dizia, como um velho noceur, o lugar perigoso para onde ia!
- A uma festa de amor? - interroguei, feroz.
- Sim, é uma festa nossa, trimensal, fez a sorrir o puro moço. Vou fazer oração e participar
do pão e da água em sinal de amor fraternal.


Hoje a Igreja conta cinco mil membros, todos os
anos o número aumenta, as igrejas surgem, fundam-se colégios, e as missões levam aos
recessos do pais, perseguidas, corridas à pedra, a palavra de Cristo. Só o templo da praça José
de Alencar custou 107 contos; há missões e igrejas em Petrópolis, na Paraíba, em São Paulo,
em Itapecerica, São Roque, Piracicaba, Capivari, Taubaté, Cunha, Amparo; todo o Estado de
Minas e o Rio Grande estão cheios de metodistas, e os missionários chegaram até Cruz Alta e
Forqueta, no desejo tenaz de prolongar a fé."


A Igreja Metodista desde o século passado mostrando o porque é uma das maiores entre os protestantes.




"Talvez entre os de casa não existisse essa harmonia há bem pouco tempo... É simples.
Na última reunião do Sínodo Presbiteriano houve, uma cisão que se refletiu francamente na
igreja do Rio. Um membro do concílio imaginou que a maçonaria fazia pressão nas deliberações
do Sínodo, propondo logo que a igreja banisse do seu seio a heresia maçônica. Não era
verdade a pressão. O concílio discutiu largamente e aprovou a seguinte resolução.
- "O Sínodo julga inconveniente legislar sobre o assunto!" A tolerante aprovação deu em
resultado separarem-se sete ministros, que formaram uma igreja independente e antimaçônica.
À nova igreja ligaram-se ex-membros da nossa."


Pastor Presbiteriano no início do século passado explicando (ou confundindo) a relação entre certa cúpula evangélica no país e a maçonaria.




"As verdadeiras igrejas evangélicas do Rio são a Fluminense, a Metodista, a
Presbiteriana, a Batista e a Episcopal para os ingleses e os alemães. Nós propriamente, filhos
da Fluminense, somos congregacionistas" Rev. Marques.


Uma frase dita pelo Rev. Marques, responsável, à época (1904), pela Igreja Evangélica Fluminense.


Tenha uma ligeira ideia como, segundo a fé, Deus vem trabalhando e moldando o Brasil ao longo do tempo, lendo essas reportagens de João do Rio AQUI .

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