Filho de peixe...

Filho de peixe...


"Caso os brasileiros não se decidam pela análise da história e a pensar além do que dizem alguns setores da mídia, breve nos tornaremos uma segunda Venezuela. Já temos nosso Chávez"


Recentemente a entrevista do Pr. Silas Malafaia deu o que falar no programa da apresentadora Marília Gabriela. Ele foi taxado de retrógrado, intolerante e até homofóbico por suas declarações sobre sua posição ante o homossexualismo e suas convicções sobre o projeto de lei "PL 122", que teoricamente pretende transformar a homofobia em crime. Para os mais informados, é notório que o Pr. não está nessa empreitada pela não aprovação da lei sozinho. Com ele, encontram-se também a família Bolsonaro, conhecida por suas fortes convicções. Abaixo, segue uma entrevista com um dos representantes da família,feita há alguns meses, contudo atual devido ao contexto.

A família dele parece ter faro por polêmica. Não pela gratuita, louve-se esse ponto, mas pela polêmica forma de proteger e defender seus ideais. Desde o início do ano, seu pai, o dep. Federal Jair Bolsonaro (que conseguiu 120 mil votos na cidade do Rio de Janeiro nas últimas eleições e, pasmem, já foi preso durante quinze dias por ter liderado uma manifestação por melhoria dos soldos dos militares, quando capitão, além de já ter sido intitulado como indigno de um oficial de exército por conta de sua postura protestante) se vê sendo acusado de homofóbico, preconceituoso e outros etceteras.

O dep. Estadual Flávio Bolsonaro, filho do homem referido acima, já mostrou que honra a família. Entre suas posições polêmicas estão, por exemplo, a redução da maioridade penal, a defesa de pena de morte contra crimes hediondos e a luta contra as cotas raciais nas universidades. Em sua curta, porém já movimentada carreira política — Flávio tem 30 anos e é dep. Estadual pelo Rio desde 2003 — ele requereu a criação de Comissão Especial que acompanha o cumprimento da Lei de Transparência nos gastos públicos no Estado e no Município e foi presidente da Comissão de Segurança Pública da ALERJ, quando foi destituído do cargo, segundo seu site, “por ter causado desgaste ao Governo do Estado por investigar a influência do então Secretário Estadual de Esporte e Lazer, Chiquinho da Mangueira, junto ao 4º BPM, para que as ações ostensivas da Polícia Militar fossem reduzidas no morro da Mangueira, pois estariam atrapalhando o comércio de drogas local.”

Na entrevista abaixo, Bolsonaro realça que é incentivado em suas posições apenas pela busca de igualdade entre todos. Quando perguntado se desejaria que vivêssemos numa ditadura afirma que “ isto não é preciso... Estamos caminhando a passos largos nesse sentido. Caso os brasileiros não se decidam pela análise da história e a pensar além do que dizem alguns setores da mídia, breve nos tornaremos uma segunda Venezuela. Já temos nosso Chávez” , além de nos convidar a examinar todos os grandes jornais do dia 1º de abril de 1964, época do golpe militar, para que se veja que todos eles enalteciam o acontecimento. De fato, “Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos. Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos” “- O globo ; “A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. - O Dia ; e a “A paz alcançada.” do O Povo são algumas das manchetes do dia. 
Confira a entrevista desse deputado que, na última semana foi vítima, segundo o próprio, da “patrulha do politicamente correto e dos preconceituosos que colocaram palavras em sua boca” sobre o caso da juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ), morta a tiros na madrugada desta sexta-feira (12), quando ele colocou em seu twitter que ela "humilhava gratuitamente réus", o que teria, segundo ele, contribuído para que ela tivesse inimigos. O que no mínimo, pegou mal...





Etc.e.Tal. – dep. Estadual Flávio Bolsonaro
Por Bruno Almeida


Etc —
 De acordo com algumas teses de sociologia, a sociedade ocidental se baseia em alguns pilares,  dentre os quais situam-se religião, leis e família. Segundo seu entendimento, consoante a linha de pensamento de seu pai, Deputado Federal Jair Bolsonaro, o “PL 122” pode ser considerado um risco à família brasileira ou um problema para algum dos referidos pilares?

Bolsonaro —
 Se adotada a premissa constante da questão formulada, provavelmente relacionada aos círculos concêntricos propostos por George Jellinek, onde a religião, a família e as leis seriam instrumentos de controle social – destinados a permitir a vida em sociedade, de fato, diplomas como o PL 122 poderiam constituir-se em graves problemas sim - menos pelos aspectos morais ou éticos nele contidos, que pelo desequilíbrio jurídico ali estabelecido. Efetivamente transformado em lei, o referido diploma, além de situar o público GLBT em condição de enorme “vantagem” legal sobre todos os demais cidadãos, abriria precedentes para injustiças, abusos e fraudes.
O arcabouço jurídico em vigor já protege a TODOS os cidadãos e assim deve ser. Não seria coerente ou justo, em nome do combate ao preconceito, criar instrumentos ainda mais segregacionistas ou preconceituosos.



Etc —
 Levadas em consideração ditaduras como a uruguaia e argentina, poder-se-ia dizer que, em relação à estas, a brasileira tenha sido mais branda em todos os sentidos? O Sr. Gostaria de reviver a ditadura brasileira atualmente? Por que?

Bolsonaro —
 Antes de mais nada, é interessante observar o contexto histórico dos fatos. Caso V. Sª. tenha o interesse em fazer uma pesquisa mediante o uso da “internet”, consultando TODOS, repito, TODOS, os jornais de grande circulação do dia primeiro de abril de 64, e dias imediatamente seguintes, verificará que houve festa em todas as capitais quando do êxito do movimento de 31 de março. Perceba que não há como questionar a liberdade de imprensa no período referido, uma vez que o país vivia à margem de uma convulsão social que, pretendiam alguns, levaria ao estabelecimento, aqui, de uma ditadura comunista aos moldes de Cuba. Por favor, não acredite em minhas palavras, leia os jornais e revistas da época. Assim, aqueles que tiveram seus propósitos impedidos pelo movimento jamais foram democratas e tinham seus planos financiados e cuidadosamente orientados pela antiga URSS, pela China e por Cuba. Tal fato não pode ser escondido, embora exista um complô para torná-lo, com o tempo, em mentira. Basta a pesquisa dos currículos de homens e mulheres que, à época, atuavam na guerrilha, que aparecerão as referências aos cursos e períodos de “estudos” passados naqueles países.
Feito o preâmbulo acima, fica evidente minha discordância quanto aos males resultantes do movimento de 64. Afinal, vitoriosos os radicais de esquerda de então, estaríamos, de fato, vivendo uma ditadura – ou alguém concorda com o ex-Presidente Lula, seus principais ex-Ministros e com as principais figuras do atual governo quando afirmam que Cuba e Venezuela são modelos de democracia para a América?
Não há como negar que houve alguns excessos. Vale observar que, mesmo dentro da esquerda, ninguém jamais falou em mais de quinhentos desaparecidos. Se comparado ao número de pessoas que o próprio “herói” Che Guevara fuzilou pessoalmente, com sua colt .45, como, aliás, sentia prazer em fazer, ou com as dezenas e dezenas de milhares de mortos e desaparecidos na democracia cubana, de fato o que houve aqui foi muito mais brando. Mesmo durante o período mais duro do combate aos radicais de esquerda, o Judiciário seguiu funcionando e sendo respeitado e inúmeros foram os casos em que militantes da luta armada foram por ele libertados – apesar de terem praticados diversos crimes.
Não quero fazer comparações com Argentina, Uruguai ou outros países onde a implantação de ditaduras comunistas foram, igualmente, tentadas naquele mesmo período. Cada país tem sua realidade e vive seus próprios problemas.
Quanto a desejar a volta de uma ditadura, isto não é preciso... Estamos caminhando a passos largos nesse sentido. Caso os brasileiros não se decidam pela análise da história e a pensar além do que dizem alguns setores da mídia, breve nos tornaremos uma segunda Venezuela. Já temos nosso Chávez.



Etc —
 Duas semanas antes de sua eleição na Inglaterra, Tony Blair gangou uma eleição pública como “a pessoa mais odiada do país”. Ilustres como Saramago diziam que vivemos numa “falsa democracia” aonde o povo não tem participação, a não ser a longínqua e ineficiente quando se trata de decisões. Para o senhor, nos moldes atuais, existe uma disfunção da democracia nacional?

Bolsonaro —
 Embora por argumentos distintos, entendo sim. Interessante observar que, ainda ano passado, havia quem defendesse, no próprio Congresso, a ampliação da participação popular como sinônimo de democracia. Alguns daqueles que defendiam tal tese, citavam, como exemplo, as consultas populares realizadas na Venezuela. Sobre tal proposta é prudente lembrar que seria impossível a realização de consultas populares ante cada necessidade. Ademais, o sistema enfraqueceria o sistema de representação, constituído, no Brasil, pelo Senado e Câmara de Deputados – facilitando, ainda mais, o estabelecimento de regimes populistas autoritários.



Etc —
 Sua família tem sido criticada negativamente por conta de polêmicas, quando, na verdade, um número considerável da população normal propaga ou concorda com a posição de vocês, só que verbalizando-a de uma outra maneira. Por que isso acontece? Somos uma geração hipócrita ou uma mídia tendenciosa?

Bolsonaro —
 Na verdade, os temas atualmente objeto de discussão ou polêmica somente passaram a ser abordados pelo Deputado Federal Jair Bolsonaro a partir do final do ano de 2010, tendo em vista impedir que segmentos do governo distribuíssem, nas escolas, material inadequado e tendencioso voltado ao público infanto-juvenil.  Os veículos de mídia utilizados pelo Deputado foram aqueles que lhe concederam espaço para a realização das denúncias sobre o fato à sociedade brasileira – que seria surpreendida pelas medidas em vias de implementação. Sobre as abordagens polêmicas ou sensacionalistas, constituem-se na única estratégia capaz de permitir ao Deputado driblar a censura imposta por boa parte da mídia e que impede a denúncia ou a discussão de temas que contrariam interesses de segmentos que, mercê das enormes quantias que envolvem a propaganda do governo e das estruturas que gravitam em torno do mesmo, vivem em discutível relação de interdependência.
Felizmente, com a divulgação permitida pelas denúncias do Deputado Bolsonaro, a verdade sobre o material veio à tona e a Presidente não teve outra saída que proibir a distribuição daquilo que o Deputado denominou como “kit gay”.
Quanto à sociedade, na verdade, sua esmagadora maioria é conservadora e pensa como o  Deputado Jair. Parece absurdo que segmentos da mídia e alguns políticos sigam ignorando o que pensam os brasileiros e insistam em distorcer o foco do discurso de Bolsonaro – como se fosse possível uma “lavagem cerebral” nos brasileiros no sentido da adoção das teses dos ativistas do grupo LGBT. O fato é claramente perceptível quando, a cada crime praticado contra homossexuais  surjam, imediatamente, associações dos fatos com a figura de meu pai – que jamais foi homofóbico ou defendeu a violência, limitando-se a manifestar sua opinião quanto aos riscos da inversão de valores que pretende atribuir virtudes ou motivo de orgulho à homossexualidade. Aliás, praticar esta ou aquela opção sexual, por si, deveria ser motivo de orgulho? Nesse caso, o pai de Fernandinho beira-mar, a despeito da vida de crimes de seu filho, poderia vangloriar-se da formação do mesmo por haver resultado hétero!



Etc —
 Sr. Bolsonaro, o senhor pertence ao Partido Progressista, apesar de ser acusado de ter posições ultra-conservadoras, como ser contrário ao aborto. É um deputado notoriamente contra políticas assistencialistas. O que acha do governo do PT, até aqui, que antes, sempre militou contra essas atividades assistencialistas por parte dos demais governos, acusando-os de comprarem votos e hoje fazendo a mesma coisa?

Bolsonaro —
 Quem fizer uma retrospectiva sobre as posições do PT durante sua trajetória na vida política nacional perceberá, claramente, que esse partido já mudou, por diversas vezes, suas posições no que concerne aos mais importantes e “inegociáveis” pontos de sua linha. Ocorre que, quando, em algum momento, assumem posição oposta ou divergente de suas convicções históricas, o fazem apresentando justificativas que, raramente, são questionadas pelos militantes integrantes dos núcleos mais ideológicos e, invariavelmente, em atendimento aos interesses relacionados à manutenção, a qualquer custo, do poder e das fontes de arrecadação de recursos.  É simples, assim, o PT conseguiu instalar no país a maior estrutura de arrecadação de recursos, controle e concentração de poder jamais imaginada anteriormente. O triste é que o objetivo de tal esforço, que vem sendo perpetrado a qualquer custo (vide os incontáveis escândalos creditados ao PT) parece favorecer, tão somente, à perpetuação no poder do grupo nele instalado.



Etc —
 O senhor é evangélico, da Igreja Batista, o que tem a dizer sobre os deputados estaduais evangélicos que, recentemente, votaram favoravelmente ao PL 122, diferentemente do senhor?

Bolsonaro —
 Inicialmente, cabe uma correção: o PL 122 tramita em Brasília, no Congresso Nacional. Aqui na ALERJ foi votada a PEC 23 que pretendia modificar a redação do artigo 9º, § 1º da Constituição Estadual, de forma a acrescentar no texto a expressão “orientação sexual”. Ao votar, desde o primeiro momento, considerei os riscos decorrentes de inserir conteúdo desnecessário e, na verdade, gerador de preconceito, no texto constitucional.
Sobre a votação, vale lembrar que a PEC é datada de 2007 e, coincidentemente, foi colocada em pauta no momento em que o governo do Rio lançava um programa contra a homofobia que recebeu milhões de reais em investimento – recursos que, certamente, fariam grande diferença se aplicados na caótica condição em que se encontra a rede de atendimento à saúde.
É prudente observar que uma PEC, para ser aprovada, necessita, obrigatoriamente, passar por duas votações – exatamente para que os legisladores confirmem estarem votando corretamente ou reavaliem suas posições.
Assim, na primeira votação, apenas eu e o Deputado Estadual Edson Albertassi percebemos os riscos do Projeto – inserido em um contexto nacional voltado ao estabelecimento de privilégios para determinado segmento em virtude de sua orientação sexual. Como se não bastasse a separação dos brasileiros por raças,  mediante injustos critérios de cotas, pretende o mesmo grupo, interessado na dissociação do sentimento de brasilidade e na destruição dos valores que alicerçam o Estado brasileiro, criar nova separação – agora pela preferência ou opção sexual.

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