
Boa leitura.
Enfermeira Assassina e a Ascensão Social da Internet
O caso todos já sabem: A enfermeira matou o cão inocente e a prova do crime foi parar na rede. Foi uma questão de tempo para crucificarem-na. Em seguida aos chingamentos e críticas à enfermeira, surgiram as críticas à quem estava criticando-a. Explico: foram compartilhados "memes" insinuando que os usuários da rede social Facebook que se sentiram horrorizados com os atos da enfermeira não se importavam com "verdadeiros" problemas sociais, como a corrupção, por exemplo.
Explicado o acontecimento, me veio à mente uma outra crítica constante aos que se utilizam de redes sociais para demonstrar sua indignação com as injustiças socias: de que lugar de protesto é nas ruas ou que protesto via internet é apenas desencargo de consciência de jovens acomodados. Isso em parte pode ser verdade, mas esses protestos virtuais ocorrem com frequência e podem significar algo.
Às vésperas de 2012, numa sociedade onde todas as pessoas – físicas ou jurídicas – que possuem acesso a internet possuem uma página pessoal ou conta de correio na rede, a internet começa a ocupar o lugar de campo de batalha, posição nunca antes ocupada por nenhuma outra mídia. Isso ocorre por conta da interatividade que ela proporciona, que diferente das mídias anteriores que apenas passavam e repassavam informação, agora permite que o usuário interfira e exponha sua opinião.
Tudo isso parece muito óbvio, mas é preciso fazer essa análise cuidadosa para concluir que é na internet que as coisas estão acontecendo. Não se pode mais esperar 1,5 milhão de pessoas nas ruas em prol de uma causa política, por exemplo, mas é comum ver o mesmo número de assinaturas em petições e abaixo-assinados virtuais.
Talvez ainda não tenhamos visto todo o potencial que a internet possui como ferramenta de mudança social mas não podemos ignorar os indicadores. Cada vez mais a população se utiliza desse meio para se expressar e se mobilizar, portanto não devemos nos deixar abater pelo pessimismo. Já é preciso rever os conceitos de “real” e “virtual”, afinal, a migração já começou e as ruas serão, novamente, apenas dos carros.
João Gabriel Borges
Obrigado Bruno, pelo espaço cedido!
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