Enfermeira assassina e ascensão social da internet

Enfermeira assassina e ascensão social da internet

Segue abaixo uma ótima reflexão sobre o papel das redes sociais atualmente: as novas ruas da cidade (será que um dia guerras civis serão travadas aqui também?). Sobre todo caso, ao fim da leitura você se lembrará das revoluções que ocorreram no oriente médio recentemente e outros casos que legitimam a opinião do artigo escrito po João Gabriel Borges.

Boa leitura.



Enfermeira Assassina e a Ascensão Social da Internet


O caso todos já sabem: A enfermeira matou o cão inocente e a prova do crime foi parar na rede. Foi uma questão de tempo para crucificarem-na. Em seguida aos chingamentos e críticas à enfermeira, surgiram as críticas à quem estava criticando-a. Explico: foram compartilhados "memes" insinuando que os usuários da rede social Facebook que se sentiram horrorizados com os atos da enfermeira não se importavam com "verdadeiros" problemas sociais, como a corrupção, por exemplo.


Explicado o acontecimento, me veio à mente uma outra crítica constante aos que se utilizam de redes sociais para demonstrar sua indignação com as injustiças socias: de que lugar de protesto é nas ruas ou que protesto via internet é apenas desencargo de consciência de jovens acomodados. Isso em parte pode ser verdade, mas esses protestos virtuais ocorrem com frequência e podem significar algo.


Às vésperas de 2012, numa sociedade onde todas as pessoas – físicas ou jurídicas – que possuem acesso a internet possuem uma página pessoal ou conta de correio na rede, a internet começa a ocupar o lugar de campo de batalha, posição nunca antes ocupada por nenhuma outra mídia. Isso ocorre por conta da interatividade que ela proporciona, que diferente das mídias anteriores que apenas passavam e repassavam informação, agora permite que o usuário interfira e exponha sua opinião.


Tudo isso parece muito óbvio, mas é preciso fazer essa análise cuidadosa para concluir que é na internet que as coisas estão acontecendo. Não se pode mais esperar 1,5 milhão de pessoas nas ruas em prol de uma causa política, por exemplo, mas é comum ver o mesmo número de assinaturas em petições e abaixo-assinados virtuais.


Talvez ainda não tenhamos visto todo o potencial que a internet possui como ferramenta de mudança social mas não podemos ignorar os indicadores. Cada vez mais a população se utiliza desse meio para se expressar e se mobilizar, portanto não devemos nos deixar abater pelo pessimismo. Já é preciso rever os conceitos de “real” e “virtual”, afinal, a migração já começou e as ruas serão, novamente, apenas dos carros.

João Gabriel Borges

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